Russos cercam base naval na Crimeia e exigem rendição de ucranianos

Forças russas entraram em uma das últimas instalações militares na Crimeia ainda sob o controle da Ucrânia com veículos blindados e fuzis automáticos

22 mar 2014 - 12h49
(atualizado às 13h03)
Soldados ucranianos deixam base aérea na Crimeia após invasão de forças pró-Rússia
Soldados ucranianos deixam base aérea na Crimeia após invasão de forças pró-Rússia
Foto: AFP

Milícias pró-Rússia cercaram uma base aérea ucraniana na Crimeia, a região da Ucrânia que recentemente optou, em um referendo, em ser anexada pela Rússia. Os combatentes lançaram um ultimato exigindo que as tropas ucranianas se rendam e deixem a base de Belbeck.

O enviado da BBC à Crimeia, Ian Pannell, disse que os militares ucranianos possuem poucas armas e estão se armando também com paus. Um comandante dos milicianos que não quis se identificar disse à BBC que suas forças desejam a paz, mas acrescentou que as tropas ucranianas devem deixar o local porque "toda a Crimeia agora é russa".

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O impasse acontece poucas semanas após forças pró-Rússia terem atacado a base e assumido o controle de suas áreas essenciais, fazendo com que os soldados ucranianos tivessem de recuar para o edifício administrativo e para os alojamentos do local.

Outro ataque

Em outro desdobramento, manifestantes pró-Rússia atacaram base naval no oeste da Crimeia, a região da Ucrânia que recentemente optou, em um referendo, em ser anexada pela Rússia.

Centenas de pessoas que não estavam armadas atacaram a base de Novofedorivka. Os manifestantes destruíram janelas durante o ataque. Os soldados ucranianos se viram obrigados a se refugiar atrás de barricadas e arremessaram bombas de gás lacrimogêneo em direção à multidão.

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Histórico recente

Após a realização do referendo em que cerca de 95% dos eleitores teriam optado pela anexação pela Rússia, o parlamento da Crimeia, em um comunicado divulgado há pouco menos de uma semana, se declarou formalmente independente da Ucrânia e pediu que a Crimeia fosse incorporada ao país vizinho.

Pouco depois, o presidente russo, Vladimir Putin fez um pronunciamento transmitido pela TV e perante as duas casas do Parlamento de seu país no qual abriu caminho para o processo de anexação da região autônoma pertencente à Ucrânia. De acordo com Putin, o referendo e a decisão do Parlamento da Crimeia representaram a correção de uma "injustiça histórica".

A Crimeia foi parte da Rússia até 1954, quando o líder soviético Nikita Khrushchev, decidiu devolvê-la à Ucrânia. Cerca de 58% dos habitantes da península são de etnia russa. Os demais moradores da região são, em sua maioria, ucranianos e há ainda uma minoria tártara.

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