Após cancelar voos para enfrentar a falta de pilotos e a necessidade de melhorar a pontualidade, a companhia aérea irlandesa Ryanair afetou cerca de 400 mil passageiros no último fim de semana.
Nesta segunda-feira (17), as ações da empresa aérea de baixo custo sofreram uma grande queda. Ontem (16), a Ryanair alegou uma série de fatores pelos cancelamentos súbitos, inclusive um acúmulode licenças de funcionários. Além disso, a Ryanair culpou uma greve de controladores de tráfego aéreo e problemas climáticos para justificar a medida.
Todos os passageiros afetados estão sendo notificados pela companhia, que garante o reembolso do valor pago pela viagem ou a marcação de uma nova data. Estima-se que a Ryanair receberá até 20 milhões de euros em pedidos de reembolso.
O presidente-executivo da Ryanair disse, em entrevista à Sky News, que a medida "é claramente uma bagunça, mas no contexto de uma operação em que operamos mais de 2500 voos todos os dias, é razoavelmente pequeno, mas isso não tira o inconveniente que causamos às pessoas".
Na tentativa de reduzir a queda nos dados de performance, a companhia aérea anunciou que cancelará entre 40 e 50 voos por dia até o fim de outubro. Segundo a Ryanair, os cancelamentos tem como objetivo "melhorar a sua pontualidade em todo o sistema, que ficou abaixo de 80% na duas primeiras semanas de setembro". De acordo com especialistas da Goodbody Stockbricks, com sede em Dublin, é estimado que os cancelamentos gerem um prejuízo de cerca de 34,5 milhões de euros, incluindo 23,5 milhões de euros em compensações, 6,3 milhões de euros em perda de tarifas e 4,7 milhões de euros com refeições, bebidas e acomodações. Além disso, as medidas podem reduzir em 2,3% a previsão para o lucro do ano inteiro. Em julho deste ano, a companhia aérea anunciou que para o exercício finalizado em 31 de março de 2018, a expectativa era atingir até 1,45 bilhão de euros.