Separatistas vão às urnas neste domingo na Ucrânia

As autoridades de Kiev declararam a eleição ilegal e consideram mais um passo para a cisão das zonas rebeldes

2 nov 2014 - 08h21
Alexander Zakharchenko, líder separatista da autoproclamada República Popular de Donetsk, deposita seu voto em urna; governo da Ucrânia não reconhece a eleição
Alexander Zakharchenko, líder separatista da autoproclamada República Popular de Donetsk, deposita seu voto em urna; governo da Ucrânia não reconhece a eleição
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters

A votação para escolher os líderes e deputados das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), no leste da Ucrânia, começou neste domingo envolta em fortes medidas de segurança, informou a agência russa "Interfax".

Segundo os organizadores, qualificados de "farsa" pelas autoridades de Kiev, nas duas entidades separatistas foram habilitados 400 colégios eleitorais, que permanecerão abertos até às 20 horas no horário local (15 horas em Brasília).

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"Votei pela paz, pela felicidade e pela justiça. A partir de hoje o país está em boas mãos", declarou o primeiro-ministro da RPD, Aleksandr Zakharchenko, citado pela "Interfax", logo após depositar seu voto na urna.

Zakharchenko, claro favorito a assumir o governo da RPD, votou em uma escola do distrito de Voroshilovski da cidade de Donetsk, a principal cidade dos separatistas pró-Rússia no leste ucraniano.

Também não há dúvidas que o líder da RPL, Igor Plotnitski, sairá vencedor das urnas.

As eleições acontecem sem registros eleitorais verificáveis, em alguns lugares com urnas móveis, e nelas também podem participar os refugiados no território russo.

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Também é possível votar no site da Comissão Eleitoral da RPD e por e-mail.

Atualmente, os rebeldes controlam um terço de Donetsk e Lugansk, parte que inclui as capitais regionais e as cidades mais povoadas, com exceção de Mariupol (no mar de Azov), sede do governo provisório leal a Kiev.

As autoridades de Kiev declararam a eleição ilegal e consideram mais um passo para a cisão das zonas rebeldes, postura apoiada pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

A Rússia, por outro lado, anunciou que reconhecerá os resultados destas eleições por acreditar que os insurgentes das regiões orientais ucranianas têm direito de escolher seus representantes nas negociações para a solução do conflito.

  
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