Embarcações da Marinha e da guarda costeira da Itália recuperaram 14 corpos e resgataram cerca de 200 pessoas depois do naufrágio de um barco com imigrantes entre a Líbia e o sul da Sicília, disseram autoridades nesta segunda-feira.
Um comunicado da Marinha italiana informou que dois barcos de patrulha da guarda costeira e outros dois da força naval, além de uma embarcação da polícia alfandegária, se uniram na operação de resgate nesta segunda-feira e os sobreviventes estavam recebendo atendimento médico.
A tragédia ocorreu dias depois de pelo menos 40 pessoas terem morrido quando um barco naufragou perto da costa líbia, na terça-feira passada e seis meses após o naufrágio de duas embarcações em frente a Lampedusa, que deixou quase 400 mortos, uma das mais graves da história recente.
Um porta-voz da Marinha líbia, o coronel Ayub Kasem, indicou à AFP que as autoridades de seu país foram informadas do naufrágio, mas que não podiam participar da operação de socorro.
"Não temos meios para ajudar. A tragédia aconteceu em águas internacionais, longe da costa", afirmou.
Com mais de 4.000 km de fronteiras terrestres com seis Estados e mais de 1.700 km de fronteiras marítimas, a Líbia é um país de trânsito para centenas de milhares de imigrantes que tentam chegar à Europa, em sua maioria africanos.
A Itália vem enfrentando dificuldades há décadas para lidar com um grande número de imigrantes em barcos pequenos e inseguros procedentes do norte da África rumo à ilha de Lampedusa, situada entre a Tunísia e a Sicília. Os levantes no mundo árabe em 2011 e a continuidade da guerra civil na Síria agravaram o problema.
Um número superior a 25 mil imigrantes chegou à Itália nos primeiros meses deste ano. De acordo com o porta-voz da Marinha líbia, coronel Ayoub Qassem, a quantidade de pessoas partindo rumo à Itália aumentou nos últimos dias, mas as autoridades não sabem quanto.
Centenas de imigrantes morreram afogados em dois incidentes separados no ano passado, os quais levaram o governo italiano a intensificar as patrulhas aéreas e marítimas no mar ao sul da Sicília.
Com informações da Reuters e AFP.