Os dois irmãos que faziam um homem refém em um fábrica na pequena cidade de Dammartin-en-Goele, no norte da França, teriam sido mortos pela polícia nesta sexta-feira, segundo a agência de notícias AFP. O refém passa bem. Os mortos eram os dois principais suspeitos pelo ataque ao jornal semanal Charlie Hebdo.
A polícia invadiu a fábrica do setor gráfico (CTD - Création Tendance Découverte). após horas de negociação e um cerco montado no local.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, já havia confirmado, separadamente, que uma operação policial estava em andamento na cidade, a cerca de 40 quilômetros do local onda a polícia vinha procurando os dois irmãos suspeitos, na quinta-feira.
"Temos indicações da presença dos terroristas que nós queremos pegar", disse o ministro a repórteres em Paris, após uma fonte da polícia ter dito que havia ao menos um refém em uma instalação industrial de Dammartin-en-Goele.
Todos os acessos a cidade estão bloqueados.
Pela manhã, as forças de ordem perseguiram os dois suspeitos do atentado de quarta-feira, e foi registrado um tiroteio em uma estrada a nordeste da capital, segundo fontes policiais. Os tiros ocorreram em uma área a cerca de meia hora de carro do local onde eram procurados na quinta-feira, segundo as fontes. Não há informações confirmadas sobre vítimas.
Antes do tiroteio, os suspeitos haviam roubado um carro Peugeot 206, em Montagny-Sainte-Félicité, de uma mulher que disse ter reconhecido os irmãos Kouachi.
O site oficial da cidade de Dammartin-en-Goële alertou aos cidadãos (por volta de 8 mil) a ficarem em casa. Autoridades começaram a esvaziar as escolas na cidade, onde estudam cerca 1 mil crianças.
"Eles já esvaziaram a escola mais perto ao local do sequestro e agora vão esvaziar as outras", disse à Reuters o vice-prefeito Thierry Chevalier, afirmando que creches e escolas de educação fundamental serão as prioridades.
Os estudantes foram levados a um ginásio esportivo no centro da cidade para serem entregues a seus pais, disse o vice-prefeito.
Guerra contra terrorismo
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, declarou nesta sexta-feira que a França está em guerra "contra o terrorismo, não contra uma religião", e estimou que serão necessárias novas medidas "para responder à ameaça".
"Estamos em uma guerra contra o terrorismo. Não estamos em uma guerra contra uma religião, contra uma civilização", declarou Valls.
As forças de elite fizeram buscas durante toda a noite no norte da França pelos dois irmãos suspeitos da autoria do massacre na sede da Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos e comoveu o país, tragédia que não impedirá a publicação de um novo número na próxima quarta-feira com uma tiragem de um milhão de exemplares.
Os suspeitos são dois irmãos franceses filhos de argelinos, ambos na casa dos 30 anos e que já estavam sob observação da polícia. Teriam sido eles que na quarta-feira invadiram a sede do jornal semanal de sátiras Charlie Hebdou, em Paris, e mataram a tiros 12 pessoas.
Com informações da Reuters, AFP e Deutsche Velle.