O telefone de Nicolas Sarkozy foi grampeado durante uma investigação judicial sobre o financiamento de sua campanha eleitoral de 2007, informou o jornal francês Le Monde, apresentando um possível novo obstáculo para o ex-presidente francês, que possivelmente irá concorrer ao cargo novamente.
O jornal afirmou que o episódio de escutas telefônicas deu lugar a suspeitas de que Sarkozy tinha sido secretamente aconselhado por um juiz da Alta Corte, em troca de sua ajuda para que ele conseguisse um papel em Mônaco.
O advogado de Sarkozy, Thierry Herzog, qualificou a suposta escuta telefônica como "monstruosa". Herzog também disse que não houve "nenhum tráfico de influência", no contexto dos contatos com o juiz, identificado pelo Le Monde como Gilbert Azibert. A Reuters não conseguiu contato Azibert em seu escritório nesta sexta-feira.
O departamento de serviços judiciais de Mônaco confirmou, em um comunicado, que Azibert tinha sido candidato a uma posição de juiz na Alta Corte de Mônaco, mas disse que não houve "nenhuma intervenção externa" no processo de recrutamento. Segundo o departamento, Azibert não foi contratado.
O inquérito sobre o financiamento da campanha eleitoral começou em abril de 2013 e ainda está em um estágio sigiloso no processo legal francês, impedindo qualquer comentário dos magistrados envolvidos na investigação.
"Não é apenas escandaloso, é monstruoso. É uma violação monumental dos direitos de defesa. O sr. Sarkozy provavelmente ainda está tendo seus telefones grampeados", disse o advogado dele ao jornal.
Nos meios políticos franceses, há grande previsão de que Sarkozy disputará a eleição presidencial de 2017. Ele foi derrotado por François Hollande, há dois anos, quando tentou a reeleição.