A primeira-ministra do Reino Unido, a conservadora Theresa May, anunciou nesta terça-feira que decidiu convocar eleições gerais no próximo dia 8 de junho.
Em uma inesperada declaração em sua residência oficial em Downing Street, Theresa May comunicou sua decisão de não esperar até 2020, o ano previsto para as próximas eleições.
A primeira-ministra admitiu que chegou a essa conclusão para que o Reino Unido possa contar com uma liderança estável relacionada com as negociações sobre a saída do país da União Europeia (UE).
"Cheguei à conclusão de que a única maneira de garantir certeza e segurança nos próximos anos é com a convocação de eleições", explicou May, que há semanas tinha descartado antecipar as eleições.
May acrescentou que, enquanto o país está se "unindo" depois do "Brexit", as divisões continuam em Westminster, sede do Parlamento britânico, algo que pode pôr em risco - explicou - o sucesso das negociações sobre a saída do país da UE.
Em sua declaração, a primeira ministra disse que o Laborismo de Jeremy Corbyn ameaçou a votação contra o acordo final ao qual o Reino Unido chegar com o bloco europeu, enquanto que os independentistas escoceses do SNP se opõem - disse - ao trabalho que o Governo está fazendo sobre o "Brexit".
A primeira-ministra sublinhou que não está disposta a permitir que os políticos da oposição prejudiquem as negociações sobre o "Brexit" após ter sido invocado em 29 de março.
"Neste momento de enorme significado nacional, deveria haver unidade aqui em Westminster, mas há por outro lado divisão. O país está unindo, mas Westminster não ", acrescentou.
Para poder convocar estas eleições, a primeira-ministra tem previsto apresentar amanhã no Parlamento uma moção que lhe autorize a realizar eleições antes de 2020.
A líder "tory" acrescentou que não está disposta a pôr em perigo "a segurança de milhões de trabalhadores em todo o país porque o que estão fazendo (os políticos da oposição) é prejudicar o trabalho que temos que preparar para o 'Brexit' no país e debilitar a posição negociadora do Governo na Europa".
Os conservadores de May têm uma importante vantagem frente aos trabalhistas nas últimas sondagens sobre intenção de voto.
Em 29 de março, a chefa do Governo invocou o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, com o qual iniciou as negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
No referendo europeu realizado em 23 de junho, os britânicos votaram por sair do bloco europeu.