Tribunal italiano afasta menino da mãe por ser "afeminado"

Advogado diz que tribunal emitiu ordem "discriminatória"

10 jan 2017 - 17h04
(atualizado às 17h06)

Um menino com "dificuldades de identificação sexual" foi afastado de sua mãe por um tribunal de Pádua, informou o jornal local Il Mattino di Padova nesta terça-feira (10).

Foto: Reprodução

Segundo a publicação, o afastamento teve como base um relatório do serviço social em que é relatado que a criança tem um mundo afetivo "ligado quase exclusivamente a figuras femininas" e com uma relação com a mãe que aparenta ser "conotada com aspectos de dependência, sobretudo referindo-se às relações diádicas com uma consequente dificuldade de identificação sexual".

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O advogado da mãe, Francesco Miraglia, contestou a decisão judicial e afirmou ser "escandalosa a decisão de afastar um menino somente por um comportamento afeminado". "Isso me parece uma medida de pura discriminação", disse Miraglia ao jornal.

As assistentes sociais ainda afirmam no relatório que a criança apresenta um "distúrbio de personalidade". "Nas relações com seus pares e adultos, é agressivo, provocatório, mal educado e tende a ser excêntrico. Tende de todas as maneiras afirmar que é diferente e ostenta comportamentos afeminados de maneira provocatória", escreveram.

A decisão do tribunal, que está no centro de uma audiência na próxima semana e que contará com os pais da criança, segue ainda um outro pedido de afastamento do menor com a indicação de que ele vá para um centro de atendimento diurno entre às 7h e às 19h. 

Fonte: ANSA
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