Tropas ucranianas começam a deixar cidade sitiada no país

Rebeldes afirmam que a trégua negociada pela Ucrânia, Rússia, Alemanha e França em uma cúpula em Belarus, na semana passada, não se aplica a Debaltseve

18 fev 2015 - 09h11
(atualizado às 09h24)
<p>Soldados ucranianos em Artemivsk, ao deixar a área de Debaltseve</p>
Soldados ucranianos em Artemivsk, ao deixar a área de Debaltseve
Foto: Gleb Garanich / Reuters

Algumas forças ucranianas começaram a sair nesta quarta-feira de uma cidade sitiada por separatistas apoiados pelos russos enquanto novos combates se iniciavam, ameaçando destruir um acordo internacional destinado a acabar com o conflito.

As forças separatistas, que o governo pró-ocidental em Kiev diz serem apoiadas e armadas por Moscou, abriram caminho para a cidade ucraniana oriental de Debaltseve na terça-feira, ignorando um cessar-fogo que entrou em vigor no domingo.

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Os rebeldes afirmam que a trégua negociada pela Ucrânia, Rússia, Alemanha e França em uma cúpula em Belarus, na semana passada, não se aplica a Debaltseve, um entroncamento de transporte ferroviário que liga as duas regiões controladas pelos separatistas do leste da Ucrânia.

Comandantes pró-governo de Kiev disse que algumas forças se retiraram, mas há informações sobre combates na cidade.

"A retirada das forças de Debaltseve está ocorrendo de forma planejada e organizada", disse Semen Semenchenko, que comanda o batalhão paramilitar Donbass. "O inimigo está tentando cortar as estradas e impedir a saída das tropas", escreveu ele no Facebook.

Outro líder paramilitar pró-governo, Mykola Kolesnyk, declarou a um canal de televisão que nem todas as forças foram retiradas. "Estamos falando apenas sobre as unidades que estão cercadas em áreas povoadas dentro e no entorno da cidade", disse.

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Segundo um alto funcionário da polícia ucraniana, estão ocorrendo combates na cidade. O Ministério da Defesa da Ucrânia, em uma declaração no início da manhã, também informou que está havendo confrontos na cidade.

As notícias da retirada imediatamente afetaram os mercados financeiros, provocando a elevação recorde dos spreads dos títulos do país em dólar em relação aos papéis do Tesouro dos EUA.

O presidente russo, Vladimir Putin, a quem Kiev e os países ocidentais acusam de estar por trás do avanço dos tanques e da artilharia rebelde na cidade, disse na terça-feira que o governo ucraniano deveria deixar seus soldados se renderem.

Mesmo antes de as tropas ucranianas serem forçadas a recuar, o acordo de paz firmado na semana passada estava fragilizado, com ambos os lados se recusando a recuar as armas pesadas, como exigido, depois que os rebeldes não quiseram interromper seu avanço.

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Putin disse que Kiev teria de permitir que seus soldados se rendam aos rebeldes que avançam.

"Espero que as figuras responsáveis na liderança ucraniana não impeçam os soldados do Exército ucraniano de deporem suas armas", declarou Putin durante uma visita à Turquia. Ele disse esperar que os rebeldes permitam que os ucranianos retornem às suas famílias, tão logo a cidade se renda.

Jornalistas perto da linha de frente coberta de neve, na terça-feira, disseram que disparos de artilharia atingiam Debaltseve a cada cinco segundos ao mesmo tempo que foguetes Grad caiam sobre a cidade.

Os rebeldes dizem que o cessar-fogo não se aplica a Debaltseve, que fica em um pequeno bolsão entre áreas controladas por eles.

"Oitenta por cento dos Debaltseve já é nossa", disse Eduard Basurin, um líder rebelde, na terça-feira. "A limpeza da cidade está a caminho."

Mais tarde, ele afirmou que estavam em andamento negociações para que 5.000 soldados ucranianos se rendessem. "Centenas" tinham sido capturados, afirmou, e seriam depois libertados. A Ucrânia nega que o número de cativos seja tão elevado.

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