Um tribunal de Erzurum, no leste da Turquia, emitiu nesta quinta-feira (5) a primeira sentença ligada à tentativa frustrada de golpe de Estado do último dia 15 de julho.
Dois ex-militares, o coronel Murat Kocak e o major Murat Yilmaz, foram sentenciados à prisão perpétua por terem tentado "subverter a ordem constitucional", de acordo com a agência oficial Anadolu. Ambos alegam inocência.
Também nesta quinta, foram emitidos 380 mandados de prisão contra empresários acusados de ligação com o clérigo e magnata turco Fethullah Gülen, a quem o presidente Recep Tayyip Erdogan responsabiliza pela tentativa de golpe.
Exilado nos Estados Unidos, Gülen lidera um movimento homônimo também conhecido como "Hizmet" ("Serviço", em tradução livre), que reúne centenas de instituições de ensino e prega uma versão moderada do islamismo. Entre os empreendedores contra os quais foram emitidos mandados de prisão, estão dois dirigentes da holding Dogan, que controla o jornal Hürriyet e a emissora CNN Turk.
A tentativa de golpe militar ocorreu na noite de 15 de julho de 2016, porém acabou repelida em poucas horas. No entanto, a revolta serviu de justificativa para Erdogan realizar milhares de expurgos nas Forças Armadas, na Polícia, na Justiça e até nos meios de comunicação.