Um correspondente da emissora americana CNN foi detido pela polícia turca enquanto trabalhava na cobertura das manifestações que marcaram o primeiro aniversário dos protestos em massa contra o governo, em Istambul, no último sábado, 31. A informação é do Daily Mail.
Ivan Watson estava explicando que a polícia havia bloqueado o centro da cidade para impedir que manifestantes depositassem flores no local onde, em 2013, protestos foram violentamente reprimidos por policias não fardados, quando foi repreendido.
Os telespectadores que assisitam à CNN Internacional no momento da transmissão viram autoridades turcas exigerem ver os documentos do repórter e de sua equipe.
O jornalista disse no ar ao âncora da emissora: "Errol, nós estamos sendo presos exatamente agora".
Embora Watson tenha mostrado sua credencial de imprensa, os policias perguntaram: "Para que canal você trabalha? Onde está o seu passaporte?". Logo em seguida, a gravação foi interrompida.
De acordo com a CNN, o jornalista foi obrigado a ajoelhar antes de ser algemado e levado pelos policiais, enquanto outro oficial das forças de segurança quebrava o microfone da câmera enquanto tentava tirá-lo do cinegrafista.
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Watson e sua equipe permaneceram detidos até os seu passaportes serem recuperados por um escritorio da CNN nas proximidades, após meia hora.
No final de maio e junho de 2013, centenas de milhares de turcos foram às ruas para protestar contra o autoritarismo do primeiro-ministro Erdogan.
Violentamente repreendidos pela polícia, os protestos se espalharam para outras cidades e acabaram se tornando as maiores manifestações da Turquia nas últimas dácadas. Milhares de pessoas ficaram feridas, e ao menos 12 morreram.
No último sábado, a polícia usou gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar centenas de manifestantes que desafiaram a ordem do primeiro ministro e se reuniram em Istambul e Ankara para lembrar o aniversário das manifestações de 2013.
De acordo com a Associação do Direitos Humanos, ao menos 83 pessoas foram presas e 14 ficaram feridas apenas na capital, onde os manifestantes avançaram rumo a praça Taskim.
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A Associação de Jornalistas da Turquia condenou a prisão do repórter da CNN e chamou a ação da polícia de vergonhosa.
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Outubro de 2012 - o governo de Ankara proíbe uma marcha planejada para o Dia da República, sob a alegação de que serviços de segurança do Estado receberam a informação de que grupos pretendiam causar tumultos. Ainda assim, milhares de pessoas, incluindo o líder do maior partido da oposição, desconsideram a ordem e desafiaram os policiais, que reagiram com lançamento de jatos d'água
Foto: AFP
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Fevereiro de 2013 - milhares de mulheres turcas protestam contra declaração do primeiro-ministro Erdogan de que considera o aborto um assassinato. Na Turquia, o aborto é legal nas 10 primeiras semanas de gestação quando há consentimento da mulher e do marido
Foto: AFP
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Abril de 2013 - começam as escavações para a construção da controversa mesquita Camlica, em Istambul, de mais de 55 mil metros quadrados e com capacidade para até 30 mil fieis. O projeto recebe críticas da população, que, além de julgar a construção desnecessária, acredita que ela causará grandes danos ao meio ambiente
Foto: Reprodução
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Abril de 2013 - conhecido mundialmente, o renomado pianista turco Fazil Say é condenado a 10 meses de prisão por insultar as crenças religiosas de uma parcela da população. O fato causa revolta de simpatizantes do músico, ateu e opositor de Erdogan
Foto: AFP
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Maio de 2013 - policiais recorrem à violência para dispersar manifestantes que participam do May Day, na praça Taksim. A população protesta contra o fechamento da praça, considerada necessária pelo governo para a sua renovação
Foto: AP
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Dois carros-bomba matam 52 pessoas e ferem outras 140 em Reyhanli, na fronteira com a Síria. O governo turco acusa o governo sírio de estar envolvido no atentado, mas moradores locais culpam a própria política turca
Foto: AP
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Erdogan se encontra com o presidente Barack Obama para discutir, entre outros assuntos, a crise na Síria. Ambos reforçam o compromisso de derrubar o presidente Bashar al-Assad, apesar da crescente impopularidade de Erdogan entre os cidadãos turcos
Foto: AP
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O governo turco aprova a lei que proíbe a venda de bebidas alcóolicas entre 22h e 6h, o patrocínio de eventos por empresas de bebidas e o consumo de álcool a menos de 100 metros de mesquitas. A lei é aprovada duas semanas após ser proposta, sem que a população tenha sido consultada
Foto: AP
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Em resposta à advertência feita por Erdogan contra demonstrações de afeto em público, dezenas de casais organizam um beijaço em uma estação de metrô na cidade de Ankara
Foto: AP
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Manifestantes ambientalistas acampam no Parque Gezi para evitar sua demolição. Conforme a manifestação é violentamente contida pela polícia, outros protestos se espalham em outras regiões
Foto: AP
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Maio de 2013 - forças de segurança usam gás de pimenta e jatos d'água para dispersar manifestantes. Centenas de pessoas ficam feridas e dezenas são presas. O Ministro do Interior comunica que o uso desproporcional da força por parte dos policiais será investigado
Foto: AP
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Junho de 2013 - o primeiro-ministro Erdogan critica as redes sociais , especialmente o Twitter, classificando o microblog como uma ameaça e uma "versão extrema da mentira". Grupos de manifestantes lotam a praça Taksim e há novos confrontos. A mídia pró-governo acusa a rede de TV americana CNN de mostrar a Turquia em estado de guerra civil
Foto: AP
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Agosto de 2013 - pessoas formam correntes humanas para pedir paz e intervenção na Síria
Foto: AP
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Dezembro de 2013 - escândalos de corrupção envolvendo o primeiro-ministro e seu filho vem à tona, e recomeçam os protestos contra o regime
Foto: AP
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Janeiro de 2014 - ligações telefônicas publicadas na internet reforçam as acusações de corrupção contra o primeiro-ministro Erdogan, e o governo ameaça exercer maior controle sobre a rede, dando origem a novas marchas
Foto: AP
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Março de 2014 - o Governo bloqueia o Twitter e, depois, o Youtube. Milhares de pessoas participam do funeral de um adolescente morto, que ficou meses em coma depois de ter sido atingido por uma lata de gás de pimenta durante manifestações contra o governo. A população pede a renúncia do primeiro-ministro Erdogan