Ucrânia anuncia 15 mortos em ataque a comboio de refugiados

Outros corpos podem ser encontrados, mas busca parou nesta terça-feira devido a confrontos violentos na região de Lugansk, leste ucraniano

19 ago 2014 - 08h11
Soldados ucranianos andam em trincheiras no leste do país, que passa por confrontos violentos desde o início deste ano
Soldados ucranianos andam em trincheiras no leste do país, que passa por confrontos violentos desde o início deste ano
Foto: ALEKSEY CHERNYSHEV / AFP

Quinze corpos de civis foram encontrados na região de Lugansk (leste da Ucrânia), onde um comboio de refugiados foi atingido nesta segunda-feira por ataques com lança-foguetes do tipo Grad atribuídos por Kiev aos separatistas pró-Rússia, anunciou uma fonte militar ucraniana.

"Ontem (segunda-feira), os terroristas atiraram contra um comboio de refugiados que se deslocava com bandeiras brancas de Lugansk para Lutuguine, uma localidade sob controle dos militares ucranianos. Encontramos 15 corpos de civis", declarou o porta-voz.

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Os rebeldes desmentiram qualquer envolvimento.

Nesta terça-feira, o centro da cidade de Lugansk foi tomado por novos confrontos. Por causa disso, a operação para recuperar mais corpos foi suspensa, disse um porta-voz das Forças Armadas da Ucrânia nesta terça-feira. "Ontem à noite nós conseguimos encontrar 15 corpos. O trabalho (para recuperar mais corpos) agora foi suspenso porque a atividade militar recomeçou na área", disse o porta-voz Andriy Lysenko a repórteres.

Com os confrontos, as tropas de Kiev conseguiram recuperar o controle de um bairro também nesta terça-feira. "Um bairro de Lugansk foi liberado, mas estamos em uma batalha nas ruas do centro da cidade", disse o porta-voz das forças de segurança ucranianas, Andrei Lysenko.

Separatistas dispostos a negociar com "pé de igualdade"

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O líder da autoproclamada república popular de Donetsk, Aleksandr Zakharchenko, declarou nesta terça-feira que está disposto a negociar com as autoridades de Kiev sempre, desde que em pé de igualdade.

"Sempre estivemos abertos às conversas. Esperamos propostas, propostas razoáveis, e não a de depor as armas e fechar a fronteira (com a Rússia)", disse Zakharchenko à imprensa, segundo a agência oficial russa "RIA Novosti".

O dirigente separatista pró-Rússia reforçou que as milícias nunca deporão as armas, e disse: "Nem sonhem".

"É preciso reconhecer o Estado criado (a república popular de Donetsk). Entendo que para eles (os ucranianos) será impossível ou que moralmente não poderão reconhecê-lo imediatamente", disse Zakharchenko.

O líder separatista criticou o ataque a civis: "estamos contra a guerra e não queremos que morram civis".

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Kiev, que se recusa a negociar com os separatistas, declarou na segunda-feira que está disposta a um cessar-fogo no leste do país, mas com condições, sendo uma delas a ipermeabilidade da fronteira com a Rússia, por onde, segundo o governo ucraniano, as milícias pró-russas recebem armas e reforços.

Segundo o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Pavlo Klimkin, para um cessar-fogo são necessárias "três coisas: que a fronteira (com a Rússia) seja totalmente segura; que a OSCE supervisione o cessar-fogo em todas partes, inclusive ao longo de fronteira, que sejam libertados todos os retidos e que ninguém tente capturar novos reféns".

"Queremos que o cessar-fogo seja real e dos dois lados. E isto é possível só se a Rússia der passos decididos para diminuir a tensão", insistiu o chanceler ucraniano.

Com informações da AFP, Reuters e EFE.

Entenda a crise na Ucrânia

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Fonte: Terra
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