O Parlamento ucraniano aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que garante maior autonomia para as regiões separatistas pró-Rússia do leste do país e prevê eleições locais nas áreas em 7 de dezembro.
Os deputados também aprovaram um projeto de lei de anistia, sob certas condições, para os combatentes envolvidos no conflito no leste da Ucrânia, onde um frágil cessar-fogo entrou em vigor no dia 5 de setembro. No entanto, a anistia não se aplicará às pessoas supostamente envolvidas na derrubada do avião malaio que caiu em 17 de julho na região de Donetsk com quase 300 pessoas a bordo.
O projeto de lei sobre um "estatuto especial" compreende a instauração de um governo autônomo provisório de três anos a partir da adoção do texto.
Além disso, Kiev propõe oferecer o livre uso do russo ao sudeste em uma tentativa de transformar o atual cessar-fogo em uma paz duradoura.
A Rada também deve votar hoje o Acordo de Associação com a União Europeia cuja implementação foi adiada na sexta-feira até o ano 2016.
Os separatistas haviam anunciado que rejeitariam a oferta de Kiev para mais autonomia e que exigiriam a independência.
Após meses de ameaças russas de revogar as medidas preferenciais nas relações comerciais russo-ucranianas no marco da pós-soviética Comunidade dos Estados Independentes (CEI), a UE, a Ucrânia e a Rússia decidiram na sexta-feira em Bruxelas pelo adiamento da aplicação do Acordo de Associação.
Parlamento da Ucrânia ratifica acordo histórico com UE
O Parlamento da Ucrânia ratificou nesta terça-feira um acordo histórico de associação política e comercial com a União Europeia, cuja rejeição em novembro pelo então presidente Viktor Yanukovich levou à sua saída do poder.
O acordo, cuja ratificação foi sincronizada com a do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, ganhou o apoio unânime dos 355 deputados que participaram da votação.
Referindo-se às mortes de manifestantes antigoverno que se opuseram à decisão de Yanukovich de rejeitar o pacto com a UE e aos soldados mortos na luta contra os separatistas no leste do país, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, disse: "Nenhuma nação jamais pagou um preço tão alto para se tornar europeia."
Com informações da EFE e AFP.