Ucrânia confirma morte de 14 soldados dias antes de eleição

Homens morreram durante confronto com separatistas pró-russos nas regiões de Lugansk e de Donetsk, no leste do país

22 mai 2014 - 12h44
(atualizado às 12h47)
<p>Soldados ucranianos examinam área onde rebeldes pró-russos mataram militares ucranianos na periferia da cidade ucraniana de Volnovakha, ao sul de Donetsk , em 22 de maio</p>
Soldados ucranianos examinam área onde rebeldes pró-russos mataram militares ucranianos na periferia da cidade ucraniana de Volnovakha, ao sul de Donetsk , em 22 de maio
Foto: Reuters

Separatistas pró-Rússia mataram 14 soldados ucranianos no leste da Ucrânia nesta quinta-feira, nos ataques mais violentos desde que o governo interino de Kiev iniciou uma operação contra aqueles que chama de "terroristas" em áreas de língua russa do país.

Os ataques também deixaram 20 feridos nas regiões de Lugansk e Donetsk, a três dias da eleição presidencial considerada crucial para acabar com a crise no país.

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Além disso, insurgentes armados pró-Moscou ocuparam nesta quinta-feira quatro minas de carvão na região separatista de Lugansk, segundo o ministério ucraniano da Energia.

No momento em que a Otan considera que as movimentações de tropas russas podem "sugerir" uma retirada parcial da fronteira com a Ucrânia, Moscou anunciou que quatro comboios ferroviários transportaram blindados e armamentos da área de fronteira até os quartéis. Além disso, 15 aviões transportaram soldados que estavam na região.

Após dias de calma na "frente leste", nas regiões de Donetsk e Lugansk, os confrontos entre o exército ucraniano e os insurgentes pró-Rússia foram retomados nesta quinta-feira.

"Treze soldados deram sua vida pela Ucrânia perto de Volnovaha, na região de Donetsk", declarou o presidente interino ucraniano Olexander Turchynov.

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Em outro ataque, perto de Rubizhne, na região de Lugansk, um soldado morreu e dois ficaram feridos quando os "terroristas" abriram fogo contra um comboio militar, afirmou à AFP Bogdan Senk, porta-voz do ministério da Defesa.

O ataque na área de Volnovaha aconteceu durante a noite e teve como alvo um posto de controle do exército ucraniano. Segundo o ministério, os separatistas atacaram com morteiros e granadas. Também conseguiram explodir um veículo.

O exército iniciou em 13 de abril uma operação militar para retomar o controle das regiões de Lugansk e de Donetsk, em grande parte sob controle dos separatistas, que proclamaram a soberania após referendos de independência.

Neste contexto, a Otan constatou movimentações de tropas russas que poderiam sugerir uma retirada parcial da fronteira com a Ucrânia. Moscou anunciou o retorno aos quartéis de veículos, armamentos e homens mobilizados na fronteira.

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"Vimos uma atividade limitada de tropas russas perto da fronteira com a Ucrânia, o que poderia sugerir que parte das forças se preparam para uma retirada", disse o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen.

"É muito cedo para dizer o que significa, mas espero que seja uma retirada completa e real", completou.

"No momento, a maioria das forças russas que haviam sido mobilizadas permanecem perto da fronteira com a Ucrânia", disse Rasmussen.

De acordo com o ministério russo da Defesa, quatro comboios ferroviários transportaram blindados e armamentos da área de fronteira para os quartéis e 15 avioões fizeram o mesmo com soldados.

No domingo, a Ucrânia celebra uma eleição presidencial considerada crucial para o futuro do país, após seis meses de crise política que deixaram a nação à beira da guerra civil e da divisão. Para garantir o bom desenvolvimento da votação, Kiev anunciou a mobilização de 55.000 policiais e 20.000 voluntários.

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Entenda a crise na Ucrânia

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