Ucrânia denuncia ataque de tropas russas a posto na Crimeia

8 mar 2014 - 07h07
(atualizado às 07h16)

O Serviço de Guarda das Fronteiras da Ucrânia (SGU) denunciou que tropas russas atacaram durante a madrugada deste sábado um de seus postos de vigilância na república autônoma da Crimeia e expulsaram os guardas e a suas famílias.

"Forças russas atacaram um destacamento de fronteiras nesta madrugada. Os invasores agrediram o chefe de guarda, que tentou resistir, e tomaram o arsenal", denunciou o SGU em comunicado.

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Segundo os guardas ucranianos, "os agressores invadiram os alojamentos em que vivem com suas famílias, tomaram os celulares do chefe do destacamento, de sua esposa e de outros oficiais". "Ameaçaram com armas, obrigaram todo o mundo a recolher seus pertences e a deixar o destacamento", diz a nota do SGU.

Por sua vez, o jornalista Osman Pashaev denunciou em seu perfil do Facebook que alguns civis tomaram a sede da televisão estatal da Crimeia e não permitem a entrada dos funcionários no edifício.

"A Televisão Estatal da Crimeia foi tomada por criminosos. Tenho um crachá de funcionário, expedido em 1998, e não me deixam ter acesso ao edifício", escreveu Pashaev.

O jornalista também detalhou que a tomada da sede ocorreu com o consentimento das autoproclamadas autoridades da república autônoma, dos proprietários da companhia, da polícia regional e "dos voluntários de Moscou".

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O edifício já tinha sido cercado ontem pelas chamadas "milícias de autodefesa da Crimeia", homens perfeitamente equipados e armados que Kiev identifica como tropas invasoras russas.

O Conselho Superior da Crimeia (Parlamento regional) tomou ontem uma decisão para sua reunificação com a Rússia, da qual fez parte até 1954, e convocou um referendo sobre essa questão para o próximo dia 16 de março.

A Crimeia tem uma população de cerca de 2 milhões de habitantes, dos quais 60% são de origem russa, 26% ucranianos e 12% tártaros, favoráveis a manter a região como parte da Ucrânia.

As novas autoridades de Kiev não reconhecem o governo autônomo, que por sua vez considera ilegítimo o Executivo central e só reconhece como presidente da Ucrânia o deposto Viktor Yanukovich, que está refugiado na Rússia.

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