Ucrânia denuncia ataque no leste após cessar-fogo unilateral

21 jun 2014 - 06h28
(atualizado às 07h18)

A Ucrânia denunciou neste sábado ataques dos rebeldes pró-russos contra as forças governamentais no leste do país, onde os separatistas rejeitam os termos do cessar-fogo decretado na véspera pelo governo pró-ocidental.

A Rússia, por sua vez, colocou as suas forças armadas do centro do país em estado de alerta máximo, como parte de exercícios militares que não estavam previstos e que envolvem 65 mil soldados.

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A guarda fronteiriça ucraniana indicou que três soldados ficaram feridos em um ataque rebelde com franco-atiradores e morteiros contra uma de suas bases na região oriental de Donetsk.

Os ataques ocorreram quatro horas após o presidente Petro Poroshenko ordenar às forças regulares ucranianas um cessar-fogo de uma semana para colocar fim aos confrontos, que já deixaram mais de 375 mortos desde abril.

"Os criminosos fizeram um uso maciço de morteiros, e também utilizaram armas automáticas. No ataque três guardas fronteiriços ficaram feridos, um deles em estado grave, e equipamentos e meios técnicos ficaram danificados", indicou o serviço de guardas fronteiriços em um comunicado.

Em um segundo ataque, os rebeldes tentaram atingir com armas leves um posto de controle, mas "os guardas abriram fogo e repeliram o ataque", acrescentou o comunicado.

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Um porta-voz da "operação antiterrorista" da Ucrânia informou sobre intensos combates nos arredores da cidade de Slaviansk e o ministério da Defesa declarou que uma base antiaérea foi atacada por 50 homens com roupas camufladas.

Poroshenko ordenou na sexta-feira um cessar-fogo unilateral de uma semana, que entrou em vigor às 22h locais (16h de Brasília), para permitir que os rebeldes pró-russos entreguem as armas e que seja aplicado um plano de paz na região.

A iniciativa foi denunciada por Moscou e pelos separatistas, que encaram esta ação como um ultimato. O cessar-fogo unilateral, declarou a presidência ucraniana, "não significa que não vamos responder em caso de agressão as nossas tropas".

Já o presidente russo, Vladimir Putin, colocou as forças armadas do centro do país em estado de alerta máximo, como parte de exercícios militares ordenados deste sábado a 28 de junho, anunciou neste sábado o ministro da Defesa.

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O chefe do Estado-Maior russo, Valeri Gerasimov, declarou que mais de 65 mil soldados, 180 aviões e 60 helicópteros participarão dos exercícios. Entre os objetivos destas manobras, detalharam as agências russas, está o movimento de tropas em longas distâncias.

Mas tanto Kiev quanto seus aliados ocidentais estavam mais preocupados com as novas tropas russas presentes na fronteira e com a concentração de material militar no sudoeste russo.

Na sexta-feira, o Kremlin havia confirmado um reforço da presença militar junto à fronteira ucraniana. Uma fonte do ministério da Defesa russo disse à agência de notícias RBK nesta semana que as tropas estavam dispostas a entrar em regiões insurgentes da Ucrânia com o objetivo de "levantar barreiras entre a população civil e o exército ucraniano".

Os presidentes francês, François Hollande, e americano, Barack Obama, ameaçaram na noite de quinta-feira com "novas medidas contra a Rússia" se a tensão não diminuir na Ucrânia, indicou a presidência francesa em um comunicado após uma conversa telefônica.

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Entenda a crise na Ucrânia

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