Ucrânia diz ter retomado centro ferroviário no leste

Cinco soldados morreram e quinze ficaram feridos durante conflitos

4 ago 2014 - 11h25
(atualizado às 11h26)
<p>Soldado ucraniano testa tiro perto da cidade de Debaltseve, na região de Donetsk</p>
Soldado ucraniano testa tiro perto da cidade de Debaltseve, na região de Donetsk
Foto: Valentyn Ogirenko / Reuters

Forças do governo da Ucrânia retomaram um importante centro ferroviário das mãos de rebeldes pró-Rússia no leste no país, num conflito que deixou cinco soldados mortos e 15 feridos nas últimas 24 horas, disse uma autoridade de Kiev nesta segunda-feira. 

A Ucrânia tem intensificado a campanha contra os separatistas apoiados por Moscou e tem feito ganhos regulares de território desde que um avião de passageiros de uma empresa da Malásia foi derrubado em território controlado por rebeldes, em 17 de julho, matando todas as 298 pessoas a bordo.

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Tropas do governo agora têm se aproximado de Luhansk, o segundo maior bastião rebelde, e rebeldes declararam um “estado de sitio” em Donetsk, a maior cidade que controlam.

“Unidades que participaram da operação antiterrorista ontem (domingo) tomaram a cidade de Yasynuvata, que é um centro importante para o sistema ferroviário da região”, disse Andriy Lysenko, porta-voz da operação militar de Kiev no leste do país, em entrevista coletiva.

Separatistas tomaram o centro de controle da ferrovia em Yasynuvata em maio, após a rebelião ter se alastrado pelo leste da Ucrânia. O município fica ao norte de Donetsk, perto de uma ferrovia principal que leva a Luhansk. 

Os combates deixaram Luhansk sem eletricidade ou água corrente, e a rede de telefonia celular também estava fora do ar, disseram representantes locais nesta segunda-feira.

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Lysenko também disse que um grupo de soldados ucranianos e guardas de fronteira, que ficaram isolados entre a fronteira russa e os rebeldes pró-Rússia há mais de três semanas, entraram em território russo nas primeiras horas desta segunda-feira. 

“Hoje às 4h30 (horário local) uma planejada operação aconteceu para destravar uma unidade militar ucraniana perto de Chervonopartyzansk. Uma grande parte (da unidade) alcançou com sucesso um lugar seguro”, disse Lysenko. 

“Parte do grupo de soldados foi para dentro de território russo”, disse ele, acrescentando que Kiev agora tentava negociar a volta deles. Ele se recusou a dizer quantos soldados haviam cruzado a fronteira, mas a esposa de um deles, falando ao canal ucraniano 112 TV, afirmou que eram cerca de 200. 

A agência de monitoramento de segurança na Europa, a OSCE, que está facilitando o trabalho de especialistas internacionais que investigam o acidente do Boeing da Malaysian Airlines no local, disse pelo Twitter que mais de 100 especialistas alcançaram a área do desastre com cães de busca, nesta segunda-feira, mas ainda não começariam os trabalhos de recuperação e investigação.  

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“Eles vão permanecer estacionados, e dependem de mais avaliações de segurança”, disse a Osce. 

Exército aumenta cerco a Donetsk

As forças ucranianas apertaram nesta segunda-feira o cerco a Donetsk, principal reduto dos separatistas pró-Rússia do leste do país e que mantêm a resistência e, inclusive, forçaram a rendição de centenas de soldados, admitidos em território russo.

Apesar dos confrontos que mataram mais de 10 civis no fim de semana, vários especialistas holandeses, australianos e, pela primeira vez, malaios, trabalhavam nesta segunda-feira no local da queda do voo MH17 e procuravam por corpos e objetos pessoais.

A tragédia, que deixou 298 mortos em 17 de julho, provocou novas tensões internacionais e mais sanções ocidentais.

As forças ucranianas se comprometeram a não iniciar combates na área de destroços do avião da Malaysia Airlines, que está sob controle rebelde. Mas no restante do território separatista prossegue a ofensiva.

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Entenda a crise na Ucrânia

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