O governo da Ucrânia e os rebeldes pró-Rússia trocaram acusações nesta terça-feira de violação do cessar-fogo que entrou em vigor no domingo. As forças ucranianas denunciaram que entre às 6h de segunda-feira e às 6h de hoje os separatistas bombardearam 45 vezes, 21 delas com mísseis Grad, as posições das tropas de Kiev.
"O número dos bombardeios e o território atacado mostram mais uma vez que o inimigo tenta por todos os meios tomar a cidade de Debaltsevo", disse o porta-voz das forças ucranianas, Anatoli Stelmaj. Ele acrescentou que durante a noite passada houve uma diminuição dos ataques, redução qualificada de "insignificante".
Já o Ministério da Defesa da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD), denunciou "17 violações do cessar-fogo pelas forças ucranianas". "Os ataques foram lançados contra as localidades de Faschevka, Uglegorsk, Kirovski, as imediações de Donetsk e o aeroporto de Donetsk", assinalou um comunicado dos separatistas publicado pela agência local "DAN".
Ucrânia x Rússia: compare o poder bélico dos dois países
Debaltsevo, nó chave das comunicações, cujo controle permitiria aos separatistas unir suas forças em uma só frente, é o maior foco de instabilidade após a entrada em vigor do cessar-fogo. O comando dos rebeldes afirma que as milícias têm entre seis e dez mil soldados governamentais cercados ali, o que Kiev negou categoricamente.
Os separatistas estão dispostos a abrir um corredor humanitário para permitir a saída dos soldados ucranianos, mas colocaram como condição que entreguem todo seu armamento. Kiev insistiu hoje em que ainda não há condições para começar a retirada do armamento pesado da linha da frente, o segundo ponto do plano paz aprovado na semana passada em Minsk.
"A retirada do armamento pesado pode acontecer depois do cumprimento do primeiro ponto dos acordos de Minsk, ou seja, do cessar-fogo", disse o porta-voz do Estado-Maior ucraniano, Andrei Lisenko, para quem "os dados das últimas horas mostram que não está sendo cumprido".