Ucrânia enfrenta tanques russos em aeroporto de Lugansk

Militares ucranianos saíram de local em Lugansk, reduto de separatistas; Putin acusa a Ucrânia de não querer dialogar

1 set 2014 - 07h46
Tropas russas são vistas no leste ucraniano; combates entre separatistas e exército do país se intensificam
Tropas russas são vistas no leste ucraniano; combates entre separatistas e exército do país se intensificam
Foto: FRANCISCO LEONG / AFP

Paraquedistas ucranianos enfrentavam nesta segunda-feira um "batalhão de tanques russos" no aeroporto de Lugansk, reduto dos separatistas pró-Moscou no leste da Ucrânia, anunciou o porta-voz militar ucraniano, Leonid Matiujin.

"Os combates continuam nesta segunda-feira entre os paraquedistas ucranianos e um batalhão de tanques das Forças Armadas russas para defender o aeroporto de Lugansk", escreveu Matiujin em sua página do Facebook.

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O ministro ucraniano da Defesa, Valery Geletey, afirmou que as tropas russas seguiam para outras cidades da região, incluindo a maior delas, Donetsk.

"A informação de que as tropas russas estão no local foi confirmada", disse.

"Estamos em guerra com a Rússia e é a Rússia que decide o que está acontecendo em Donbass", completou, a respeito da bacia de mineração que inclui Donetsk e Lugansk, reduto dos separatistas.

Ministro russo diz que não haverá intervenção russa

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Enquanto a Ucrânia acusa a presenã das Forças russas no leste do país, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta segunda-feira que seu país não intervirá militarmente na Ucrânia e que o Kremlin defende uma solução pacífica à crise no país vizinho.

Putin disse que está disposto a colaborar com intenções de paz da Ucrânia
Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP

"Não haverá intervenção militar (na Ucrânia). Nós nos pronunciamos por uma solução exclusivamente pacífica a esta gravíssima crise, a esta tragédia", disse Lavrov, citado pelas agências locais, ao inaugurar o ano acadêmico no Instituto de Relações Internacionais de Moscou.

O chanceler russo reforçou que os Estados Unidos e a União Europeia (UE) "devem exigir de Kiev o mesmo que exigem em outros conflitos: pôr fim ao uso de armamento pesado e aviação contra as cidades, contra a população civil, que não destruam escolas e hospitais".

"Espero que nas conversas previstas para hoje se concentrem na tarefa de concordar o mais rápido possível com um cessar-fogo sem nenhum tipo de condições", disse Lavrov, em alusão às consultas do grupo de contato que acontecerá em Minsk formado por Ucrânia, Rússia e a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OCSE), com a participação dos separatistas pró-Rússia do leste ucraniano.

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O ministro das Relações Exteriores russo pediu que o Ocidente dialogue e deixe de lado as ameaças de sanções.

"Vamos sentar para conversar, não ameacemos com sanções e mantenhamos reivindicações que não estejam completamente afastadas da realidade, como a que os milicianos entreguem as armas e se deixem massacrar, pois o plano de paz (do presidente ucraniano Petro) Poroshenko se reduz exatamente a isso", disse Lavrov.

Putin acusa Ucrânia por falta de diálogo

O presidente russo, Vladimir Putin, acusou nesta segunda-feira os europeus de fechar os olhos para as ações militares das forças ucranianas contra áreas civis no leste da ex-república soviética.

"O exército ucraniano ataca diretamente bairros habitados", disse Putin em um discurso exibido na televisão.

"E, infelizmente, muitos países, inclusive na Europa, preferem ignorar", denunciou.

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"O objetivo das forças rebeldes é provocar o recuo das forças armadas (ucranianas) e da artilharia, para que não possam atirar contra áreas residenciais", disse.

O presidente russo apelou várias vezes a Kiev e aos separatistas pró-Moscou do leste da Ucrânia para que iniciem negociações "substanciais" com o objetivo de acabar com o conflito, que começou em abril.

Representantes de Kiev, Moscou e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) se reúnem nesta segunda-feira em Minsk para um encontro do Grupo de Contato, mas não foi possível confirmar a presença dos separatistas.

"Agora, na minha opinião, está começando um processo muito importante, o processo de conversações diretas", disse Putin, sem apresentar detalhes.

A reunião do Grupo de Contato sobre a Ucrânia de Minsk deveria abordar o início de um cessar-fogo imediato e incondicional no país, afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

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"Confio muito nas negociações previstas para hoje, centradas antes de mais nada na forma de obter um cessar-fogo imediato e incondicional", disse Lavrov.

O ministro também descartou uma intervenção militar russa na Ucrânia.

"Somos favoráveis a uma solução exclusivamente pacífica desta grave crise, desta tragédia", afirmou.

Com informações da AFP e EFE.

Entenda a crise na Ucrânia

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Fonte: Terra
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