Duas pessoas morreram e 11 ficaram feridas neste domingo em uma explosão durante uma passeata patriótica em Kharkiv, leste da Ucrânia, situada a 200 km da zona de combates com os rebeldes pró-Rússia. Em um primeiro balanço divulgado pela procuradoria regional, as autoridades citavam três mortos.
A marcha celebrava o primeiro aniversário da revolução que derrubou há exatamente um ano o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich.
O procurador Yuri Danilchenko informou à imprensa que uma das vítimas fatais era um policial e que outros quatro agentes ficaram feridos. A polícia considera que a ação foi um "atentado terrorista", informou o ministério do Interior em um comunicado.
Segundo o Serviço de Segurança Ucraniano (SBU), suspeitos que poderiam estar envolvidos no atentado foram detidos.
O artefato explosivo, que estava em uma bolsa de plástico escondida entre a neve na avenida Jukov, continha pedaços de metal, segundo o procurador, que acredita em uma ativação por controle remoto.
O atentado aconteceu diante de um veículo estacionado na avenida Jukov, perto do Palácio dos Esportes da cidade, segundo testemunhas.
"Pensei que era uma bomba de efeito moral, mas as pessoas começaram a cair", disse à AFP Igor Rasoja, um dos organizadores da marcha.
A cidade de Kharkiv foi cenário nos últimos meses de uma dezena de explosões, consideradas "atentados terroristas" e que deixaram vários feridos.
Aniversário
Há um ano, em 22 de fevereiro de 2014, o parlamento da Ucrânia destituiu Viktor Yanukovich, que na madrugada anterior tinha fugido de Kiev depois que os setores mais radicais da oposição não aceitaram o acordo de compromisso que tinha assinado um dia antes, e que contemplava, entre outras coisas, eleições antecipadas.
Kharkiv, cidade com quase 1,5 milhão de habitantes, se transformou em meados de abril do ano passado em palco de manifestações pró-Rússia ao mesmo tempo em que as capitais das regiões vizinhas de Donetsk e Lugansk.
Embora os rebeles pró-Rússia tenham conseguido então tomar alguns edifícios públicos na cidade, a contundência das forças da ordem ucranianas e a reticência da população a somar-se à rebelião evitaram que Kharkiv tivesse o mesmo destino que os territórios vizinhos, desgarrados desde então por uma sangrenta guerra.
Com informações da AFP e da EFE