Ucrânia lutará pela "libertação" da Crimeia

Deputados apelam à comunidade internacional para "não reconhecer a autodenominada república da Crimeia nem a anexação à Rússia"

20 mar 2014 - 07h36
(atualizado às 07h48)
<p>Presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchynov, a direita, e o premiê, Arseniy Yatsenyuk, em frente ao monumento da praça central em Kiev, em 9 de março</p>
Presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchynov, a direita, e o premiê, Arseniy Yatsenyuk, em frente ao monumento da praça central em Kiev, em 9 de março
Foto: Reuters

A Ucrânia lutará pela "libertação" da Crimeia e a anexação à Rússia "nunca será reconhecida", afirma uma resolução votada nesta quinta-feira pelo Parlamento ucraniano.

"A Ucrânia não vai parar em sua luta pela libertação da Crimeia, por mais longa e dolorosa que seja", afirma a resolução, votada por iniciativa do presidente interino Olexander Turchynov.

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"O povo ucraniano não reconhecerá nunca a anexação da Crimeia", completa o texto, que adverte que "as fronteiras foram modificadas pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial pela Rússia", que era avalista da soberania da Ucrânia desde que a ex-república soviética renunciou em 1994 ao arsenal nuclear.

Os deputados também apelam à comunidade internacional a "não reconhecer a autodenominada república da Crimeia nem a anexação da Crimeia e da cidade de Sebastopol à Rússia".

A presidência ucraniana anunciou mais cedo que o comandante da Marinha do país, Serguei Gaiduk, detido na quarta-feira pelas forças pró-Moscou na Crimeia, foi liberado nesta quinta-feira.

"Todos os demais reféns civis detidos pelos militares russos e os representantes das novas autoridades autoproclamadas da Crimeia também foram liberados durante a noite", afirma um comunicado.

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O contra-almirante Gaiduk havia sido detido quando as forças russas tomaram o controle do quartel-general da Marinha ucraniana em Sebastopol na manhã de quarta-feira.

Poucas horas depois, o presidente interino Turchynov deu "ao poder autoproclamado da Crimeia o prazo de três horas para liberar todos os reféns" e ameaçou adotar as "medidas adequadas" de represália.

O pai de um dos ucranianos liberados, o deputado Anatoli Gritsenko, informou que os reféns foram deixados nas proximidades de Chongar, perto dos postos de controle entre a Crimeia e o resto da Ucrânia.

Em Moscou, o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou que a Rússia defenderá os direitos dos russos que vivem no exterior.

"Defenderemos seus interesses por métodos político-diplomáticos", declarou Lavrov.

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"Insistiremos em que, nos países onde vivem nossos compatriotas, seus direitos e liberdades sejam plenamente respeitados", completou.

Uma reunião do governo russo discutirá nesta quinta-feira a questão do "apoio a Transnistria", uma região separatista pró-Moscou da Moldávia.

O vice-primeiro-ministro russo Dmitri Rogozin acusou na terça-feira a Ucrânia de ter decretado um bloqueio de fato a Transnistria.

O presidente da Moldávia, Nicolae Timofti, manifestou preocupação com uma eventual repetição da situação ucraniana em seu país.

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