Grupos de manifestantes tomaram nesta quinta-feira a sede da delegação do Governo da Ucrânia na região ocidental de Lviv, tradicional reduto opositor, e obrigaram o delegado do Executivo, Oleg Salo, a apresentar sua demissão.
"Ao ver gente descontrolada e ao entender que não estavam dispostos a dialogar, e como também estava preocupado pela segurança dos funcionários da delegação, assinei a carta de demissão", assegurou Salo à imprensa local.
Cerca de dois mil partidários da oposição se dirigiram ao edifício governamental para "tomar o poder de suas mãos" e ceder aos deputados da Assembleia regional. A princípio, os opositores só se propunham a bloquear a sede da delegação, mas então vários manifestantes gritaram "Entremos" e "Revolução" e invadiram o imóvel em massa.
Acompanhados por dirigentes da oposição na região, incluindo o vice-presidente da Assembleia regional, Valeri Piatak, os manifestantes entraram no escritório de Salo para conhecer sua opinião sobre os protestos em Kiev. Logo depois, Salo apresentou sua demissão.
Seguidamente, a oposição local anunciou a criação de um Parlamento Popular, como ocorreu na véspera em Kiev, que será compostp pelos deputados da região, uma das mais críticas com o presidente, Viktor Yanukovich.
O chefe da polícia local foi à sede da delegação para advertir os manifestantes que, segundo os controversas leis aprovadas recentemente, o ataque a um edifício oficial pode acarretar vários anos de prisão.
O prefeito de Lviv assegurou nesta semana que não tem intenção de aplicar as controversas leis promulgadas pelo presidente que, segundo a oposição, restringem a liberdade de expressão e reunião.
Lviv é considerado um dos redutos da oposição, como se viu há quase dez anos durante a Revolução Laranja e nos protestos antigovernamentais e pró-europeus dos últimos dois meses.
