Ucrânia: pró-russos denunciam morte de 20 civis em operação

3 mai 2014 - 03h55
(atualizado às 04h48)

As milícias pró-russas denunciaram neste sábado a morte de cerca de 20 civis durante a operação antiterrorista lançada pelo Exército da Ucrânia na cidade de Kramatorsk, um dos bastiões do levante na região de Donetsk, no leste do país. "Ontem à noite, 10 pessoas de nosso grupo morreram (em Kramatorsk), todos civis pacíficos e desarmados", disse um dos porta-vozes da insurgência à agência oficial russa RIA Novosti.

Além disso, segundo a mesma fonte, dezenas de pessoas ficaram feridas quando moradores dos arredores de Kramatorsk tentaram impedir a entrada dos blindados na cidade.

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De acordo com os insurgentes, os soldados ucranianos efetuaram primeiro vários disparos de advertência, mas, diante da recusa dos moradores em desbloquear a estrada, teriam começado a atirar contra a multidão.

Há algumas semanas, o Exército ucraniano perdeu vários blindados nos arredores de Kramatorsk que agora são utilizados pelos insurgentes para a defesa da cidade de Slaviansk. Além disso, Viacheslav Ponomariov, o autoproclamado prefeito de Slaviansk, acusou os combatentes da organização ultranacionalista Pravy Sektor (setor da direita) de matar, pelo menos, outros 10 civis na cidade de Andreyevka.

Segundo a agência russa Interfax, o insurgente informou que os ultranacionalistas atiraram contra o cordão humano formado pelos moradores da cidade que tentavam impedir sua passagem. Ponomariov também afirmou que outras 40 pessoas teriam ficado feridas, muitas delas quando tentavam resgatar os que foram atingidos pelos primeiros disparos.

O ministro do Interior, Arsen Avakov, informou hoje que a operação antiterrorista contra Kramatorsk foi retomada durante o amanhecer, após várias horas de recesso pela noite, e que dois postos de controle situados no aeroporto da cidade foram destruídos.

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Kiev lançou na madrugada de ontem uma ofensiva com o apoio de blindados e helicópteros para retomar o controle de Slaviansk, principal bastião dos milicianos pró-russos e onde continuam retidos seis observadores militares europeus.

O presidente interino, Alexander Turchinov, afirmou ontem que Slaviansk está totalmente cercada pelas Forças Armadas e que, durante a operação, os militares ucranianos sofreram duas baixas e sete soldados ficaram feridos.

Entenda a crise na Ucrânia

  
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