Ucrânia se junta à Europa, e não à Rússia, ao lembrar Segunda Guerra

8 mai 2015 - 20h29

Pela primeira vez em 70 anos, a Ucrânia uniu-se, nesta sexta-feira, à grande parte da Europa para marcar o fim da Segunda Guerra Mundial um dia antes da Rússia, a qual Kiev acusou de explorar a data para fazer uma demonstração de poderio militar. 

Poroshenko durante sessão no Parlamento para marcar aniversário do fim da 2ª Guerra em Kiev.
Poroshenko durante sessão no Parlamento para marcar aniversário do fim da 2ª Guerra em Kiev.
Foto: Valentyn Ogirenko / Reuters

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, queria fazer de 8 de maio um dia de reconciliação para tentar não apenas unir ucranianos com diferentes outras visões da guerra, mas também para separá-los da Rússia, acusada por Kiev de apoiar a rebelião no leste do país contra o governo, que já dura um ano.

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A questão é frágil na Ucrânia, onde uma minoria de homens participaram de uma milícia que fora preparada a se aliar a invasores nazistas para combater o domínio soviético, deixando o nacionalista ucraniano sempre vulnerável a acusações de simpatias fascistas. 

Poroshenko dispensou o título de “Grande Guerra Patriótica” utilizado na Rússia, em favor do simples “Segunda Guerra Mundial”, o nome utilizado na maior parte da Europa, como parte de um reforço da identidade nacional ucraniana promovido por um governo pró-Ocidente que foi instalado após a queda do ex-líder nacional Viktor Yanukovich, apoiado por Moscou, no ano passado. 

“Praticamente pela primeira vez… estamos ao menos olhando para nossa própria história ucraniana, olhando com nossos próprios olhos e não pela ótica de Moscou”, disse Poroshenko em uma cerimônia para veteranos de guerra. 

Antes, ele havia dito que no sábado “sob o pretexto da Grande Vitória… (a Rússia) vai exibir seu poderio letal para o mundo. Algumas das unidades que estiveram em Donetsk há apenas alguns dias em breve vão aparecer na parada militar em Moscou.”

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A Rússia nega as acusações ucranianas.

(Por Natalia Zinets)

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