Ucrânia violou grosseiramente acordo de Genebra, diz Rússia

21 abr 2014 - 09h39

O ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, acusou nesta segunda-feira o governo ucraniano de violar "grosseiramente" o acordo assinado em Genebra na semana passada por Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia.

A acusação foi feita pouco antes do desembarque em Kiev do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que pretende expressar apoio às novas autoridades interinas ucranianas pró-Ocidente e que enfrentam Moscou.

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"O acordo de Genebra não apenas não é respeitado, mas é grosseiramente violado pelas medidas adotadas pelos que assumiram o poder em Kiev", afirmou Lavrov. As autoridades de Kiev "declaram abertamente que o acordo de Genebra não se aplica em Maidan porque a administração da cidade de Kiev decidiu que este local poderia ser preservado e que era legítimo. É totalmente inaceitável", compeltou.

Lavrov fez referência à praça no centro da capital da Ucrânia, epicentro do movimento de protesto que derrubou em fevereiro o regime pró-Rússia do presidente Viktor Yanukovytch e onde os manifestantes permanecem acampados entre barricadas.

Moscou e Washington trocam acusações sobre ingerência e falta de vontade para aplicar o acordo de Genebra desde a assinatura na quinta-feira.

O governo dos Estados Unidos, que observa a influência de Moscou nos distúrbios da Ucrânia, tenta pressionar a Rússia a convencer os ativistas pró-Moscou - que mantêm o controle da administração regional de Donetsk e de vários prédios públicos na região -, que respeitem o acordo e ameaça com novas sanções.

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"As tentativas de isolar a Rússia são inúteis, porque isolar a Rússia do resto do mundo é impossível", afirmou Lavrov. "Primeiro porque somos uma grande potência que sabe o que quer. E, em segundo lugar, porque a esmagadora maioria de países não quer isolar a Rússia", completou.

Para surpresa de todos, os chefes da diplomacia ucraniana, russa, americana e europeia concluíram na quinta-feira um acordo em Genebra para reduzir a tensão no país, à beira de uma explosão com a insurreição do leste, que exige a integração à Rússia ou uma "federalização" da nação.

O acordo prevê o desarmamento de grupos ilegais e a retirada dos prédios ocupados, além de uma anistia para os que entregarem as armas, exceto para os que cometeram assassinatos. O texto estipula também que o processo constitucional anunciado pelo governo de transição será "transparente" e incluirá todas as regiões ucranianas, assim como todas as entidades políticas.

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