Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) devem aprovar nesta segunda-feira sanções contra os responsáveis pela escalada de tensão na região ucraniana da Crimeia, depois de a Rússia não ter tomado medidas para suavizar a situação e pela falta de diálogo entre Kiev e Moscou.
O Conselho das Relações Exteriores discutirá se respalda uma lista de pessoas, majoritariamente de nacionalidade russa, que teriam seus ativos em território europeu congelados e seriam proibidas de viajar à UE. A reunião é consequência da realização do referendo na Crimeia sobre a anexação à Rússia.
"O referendo é ilegal e ilegítimo e seu resultado não será reconhecido", declararam no domingo o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, pouco antes do fechamento dos colégios eleitorais na Crimeia.
A UE estudará como dotar de uma "sólida base jurídica" as sanções contra a Rússia, que estarão centradas em "pessoas que tenham responsabilidade direta na ameaça da soberania e da integridade territorial da Ucrânia", explicaram fontes comunitárias.
Os chefes de Estado e do governo da União definiram na semana passada uma primeira rodada de sanções contra a Rússia, com a suspensão da negociação para liberar vistos e para um novo acordo bilateral.
Os líderes também pediram uma retirada imediata das tropas russas de suas bases na Ucrânia e defenderam o diálogo entre Kiev e Moscou.
Os ministros amanhã podem chegar à segunda fase de sanções estipulada pelo Conselho Europeu, que além da restrição de vistos e ativos pode decidir pelo cancelamento da preparação da próxima cúpula entre UE e Rússia.
Em uma terceira fase de medidas restritivas, se a situação não melhorar, o Conselho Europeu cogita opções que podem ter "consequências" para as relações entre UE e Rússia em diversas áreas econômicas.
Na quarta-feira deve ser aprovada pela Comissão Europeia uma ajuda macrofinanceira de um bilhão de euros.