O polonês Jozef Wesolowski, ex-núncio (embaixador do Papa) na República Dominicana e que foi acusado de pedofilia durante sua estadia no país - entre janeiro de 2008 e agosto de 2013 -, foi expulso do sacerdócio após a conclusão de um processo canônico, informou o Vaticano nesta sexta-feira.
O processo, realizado perante a Congregação da Doutrina da Fé (a antiga Suprema e Sacra Congregação do Santo Ofício), foi concluído nos últimos dias e, a partir de agora, o sacerdote terá dois meses para recorrer da sentença, acrescentou a Santa Sé.
O processo penal perante os órgãos judiciais vaticanos, já que Wesolowski é um diplomata da Santa Sé, começará após a definição da sentença do Santo Ofício, acrescenta a nota.
O Vaticano destituiu Wesolowski de seu cargo no final de agosto do ano passado e abriu uma investigação para averiguar as denúncias apresentadas ao papa Francisco pelo arcebispo de Santo Domingo, o cardeal Nicolás López Rodríguez.
Na ocasião, houve muitas autoridades em relação à liberdade de Wesolowski, de 65 anos, que, mesmo com tais acusações que pesavam sobre ele, pode retornar à Roma.
Neste aspecto, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, explicou que ele "teve uma relativa liberdade de movimento até a Congregação para a Doutrina da Fé comprovar as acusações".
Lombardi acrescentou que, após esta primeira sentença, "serão adotadas medidas adequadas à gravidade do caso", embora não tenha citado quais seriam essas medidas.
Anteriormente, após ver o ex-núncio passeando por uma rua de Roma, o bispo auxiliar de Santo Domingo, Víctor Masalles, também repudiou o fato ao expressar sua indignação em relação ao caso.
Além do processo penal que enfrentará no Vaticano, tanto a Justiça polonesa como a República Dominicana apresentaram acusações contra o ex-núncio pelos casos de pedofilia.
Embora tenha ressaltado que se tratava de um diplomático, o Vaticano ressaltou no passado que nenhuma promotoria havia pedido a extradição de Wesolowski.
O escândalo veio à tona junto à reportagem do programa de investigação da jornalista Nuria Piera, a qual assegurava que Wesolowski pagava para manter relações sexuais com menores no país.
Após o programa, o cardeal dominicano Nicolás de Jesús López Rodríguez informou que tinha comunicado tais denúncias diretamente ao papa Francisco e qualificou o assunto como "extremamente grave".