O Vaticano disse neste domingo que recebeu um pedido de resgate pelo retorno de dois documentos raros escritos pelo mestre renascentista Michelangelo, que foram roubados de seus arquivos quase 20 anos atrás.
O roubo dos dois documentos - um deles uma carta, incluindo a assinatura do artista que pintou a Capela Sistina, projetou parte da Basílica de São Pedro e esculpiu estátuas como David e Pieta - não tinha sido tornado público antes de domingo.
Após uma reportagem do jornal romano II Messaggero, no domingo, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que um cardeal encarregado da Basílica de São Pedro foi contatado recentemente por uma pessoa que se ofereceu para devolver os documentos pelo que Lombardi chamou de "um certo preço".
O II Messaggero informou que a pessoa, descrita como um ex-funcionário do Vaticano, pediu 100.000 euros.
Lombardi disse que o cardeal "naturalmente recusou, porque são documentos roubados".
O porta-voz afirmou que uma freira que trabalhava nos arquivos do Vaticano informou funcionários em 1997 que os documentos tinham desaparecido. Ele não disse por que o Vaticano não havia divulgado o roubo antes.
Embora o jornal tenha citado apenas uma carta assinada por Michelangelo, que viveu de 1475 a 1564, o porta-voz disse que dois documentos desapareceram, mas não deu detalhes sobre eles.
Ele acrescentou que a polícia do Vaticano estava agora investigando o caso, juntamente com os seus homólogos italianos.
(Reportagem de Philip Pullella)