A tentativa de evacuar civis de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, foi suspensa neste domingo (6) pelo segundo dia seguido, de acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC).
, e as autoridades locais afirmam que a população de 450 mil habitantes está sem água potável e aquecimento.
"Em meio a cenas devastadoras de sofrimento humano em Mariupol, uma segunda tentativa hoje [6] de evacuar cerca de 200 mil pessoas da cidade foi interrompida", afirmou a Cruz Vermelha.
A tentativa de estabelecer um corredor humanitário em Mariupol já havia fracassado no último sábado (5), em meio a acusações mútuas de boicote. Segundo o governo ucraniano, a Rússia não interrompeu os ataques ao longo do corredor humanitário, enquanto o Kremlin diz que "nacionalistas" impediram a retirada de civis.
Também estava prevista a evacuação da população de Volnovakha, cidade de pouco mais de 20 mil habitantes próxima a Mariupol.
"As fracassadas tentativas de ontem e hoje marcam a falta de um acordo funcional e detalhado entre as partes em conflito", acrescentou a Cruz Vermelha.
Negociações
Representantes de Kiev e Moscou já se reuniram duas vezes em Belarus na semana passada, e uma terceira rodada de negociações está prevista para esta segunda-feira (7).
Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou que a Rússia se prepara para bombardear o Porto de Odessa, terceira cidade mais populosa do país, com cerca de 1 milhão de habitantes.
O objetivo de Moscou é tirar o acesso da Ucrânia ao Mar Negro, ao mesmo tempo em que realiza bombardeios nos arredores da capital Kiev. "Continuem resistindo", pediu Zelensky em um vídeo publicado no Facebook neste domingo.
O aeroporto de Vinnytsia, no centro da Ucrânia, também foi "completamente destruído" por mísseis, segundo o presidente.
De acordo com as Forças Armadas da Rússia, a ofensiva já atingiu 2,2 mil alvos militares ucranianos, enquanto Kiev reivindica a morte de 11 mil soldados russos, mas os números não puderam ser verificados de forma independente.
Já o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, denunciou agressões contra estruturas sanitárias, "causando múltiplas mortes e feridos". "Ataques contra estruturas de saúde ou trabalhadores violam a neutralidade médica e a lei humanitária internacional", disse.