O ex-chefe de campanha de Donald Trump, Paul Manafort, acusado de lavagem de dinheiro no "caso Rússia", abriu uma ação contra o procurador especial Robert Mueller e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos por "abuso de poder".
Segundo Manafort, os investigadores "ultrapassaram seus limites" ao acusá-lo de condutas que ele diz não terem relação com o inquérito que apura a suposta interferência de Moscou nas eleições norte-americanas de 2016.
Mueller foi nomeado pelo Departamento de Justiça para cuidar exclusivamente do "caso Rússia", após Trump ter demitido o então diretor do FBI, James Comey. Manafort se entregou à polícia no dia 30 de outubro, após ter sido indiciado por conspiração contra os EUA, lavagem de dinheiro e evasão de divisas ao fazer lobby para um partido ucraniano pró-Moscou. Ele, que hoje está em liberdade condicional, se diz inocente.
A ação do ex-chefe de campanha de Trump foi depositada em uma corte federal de Washington e é a contestação mais direta até agora contra a autoridade de Mueller e o escopo de seu mandato. De acordo com Manafort, o processo que o implica não tem ligação com a investigação sobre a Rússia.
Além da suposta interferência de Moscou nas eleições, o procurador apura se houve conluio entre membros da equipe de Trump e representantes do Kremlin para direcionar o resultado do pleito. Um porta-voz do Departamento de Justiça disse que a ação de Manafort é "frívola", mas que o réu "tem o direito de fazer o que quiser".
Ele alega que seus negócios na Ucrânia são objeto de interesse do FBI "há anos" e que se encontrou com investigadores "voluntariamente", em julho de 2014. Nessas conversas, Manafort diz ter discutido "em detalhes" suas atividades em Kiev.
"Esses negócios não têm nenhuma ligação com a eleição presidencial de 2016 ou mesmo com Donald Trump. Também não foram descobertos no decurso da investigação do procurador especial sobre a campanha de Trump", justifica.