O ex-líder catalão Carles Puigdemont, que enfrenta acusações de rebelião na Espanha, anunciou nesta quarta-feira (25) que deixará a Alemanha e voltará à Bélgica, onde continuará a fazer campanha pela separação da região do restante da Espanha.
A Suprema Corte espanhola revogou um mandado de prisão europeu contra Puigdemont na semana passada depois que Berlim se recusou a extraditá-lo para enfrentar acusações por ter declarado a independência da região do nordeste espanhol no ano passado, um gesto que Madri considerou ilegal.
Puigdemont disse que voltará a Bruxelas com a família no sábado.
"Todos sabem que isto não é mais um assunto interno da Espanha", afirmou ele em uma coletiva de imprensa em Berlim, acrescentando que a campanha separatista que ele continuará a fomentar da Bélgica adquiriu um aspecto europeu.
A anulação espanhola do mandado de prisão ilustrou claramente a dificuldade que o país tem tido para tentar convencer seus parceiros da União Europeia a cooperarem com seus esforços para levar ex-membros do governo regional da Catalunha a julgamento em razão da campanha secessionista.
Autoridades de Madri desfizeram o governo catalão em resposta à declaração de independência, que ocorreu após um referendo proibido pela Justiça sobre o rompimento com a Espanha realizado em outubro.
Puigdemont estava em Berlim aguardando uma ordem de extradição depois de ser preso por autoridades alemãs em um posto de gasolina na região de Schleswig-Holstein em março, quando voltava à Bélgica após uma viagem à Finlândia.