O ex-primeiro-ministro da Itália Matteo Renzi lançou nesta terça-feira (11) um abaixo-assinado para pressionar o governo a tornar obrigatória para todos uma eventual futura vacina contra o novo coronavírus.
A iniciativa chega menos de dois dias depois de o premiê Giuseppe Conte ter anunciado que a vacinação contra o Sars-CoV-2 não será compulsória. "Se chegarmos à vacina contra a Covid, ela deverá ser obrigatória para todos. Obrigatória, não facultativa. Obrigatória!", insistiu Renzi em sua newsletter semanal.
Primeiro-ministro entre fevereiro de 2014 e dezembro de 2016, Renzi lidera o partido de centro Itália Viva e faz parte da base aliada do governo Conte, porém adota uma postura de distanciamento crítico, especialmente em relação ao antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), seu antigo inimigo.
"Nossa deputada Lisa Noja e outros amigos lançaram um abaixo-assinado a fim de que o maior número possível de pessoas faça pressão sobre o governo para que não seja dado nenhum passo atrás. Ficamos fechados em casa por meses, mas se chegar a vacina deixaremos liberdade de escolha? Vamos parar com a brincadeira", disse.
A questão da obrigatoriedade na vacinação é um tema polêmico na Itália, um dos países mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus no mundo, com cerca de 250 mil casos e pouco mais de 35 mil mortes.
Em 2017, o governo do então primeiro-ministro Paolo Gentiloni, de centro-esquerda, aprovou uma lei que tornou obrigatória a vacinação para crianças em idade escolar, mas o projeto enfrentou bastante resistência, inclusive do M5S, partido que indicaria Conte ao cargo de premiê.