A polícia prendeu o ex-primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan em Laore, neste sábado, depois que um tribunal o condenou a três anos de prisão por vender ilegalmente presentes de Estado, o que pode impedir ele de concorrer às próximas eleições.
Especialistas jurídicos afirmam que o veredicto dado por um tribunal distrital de Islamabade pode tirar o maior rival do primeiro-ministro Shehbaz Sharif da eleição nacional prevista para novembro.
"A polícia prendeu Imran Khan em sua residência", disse o advogado de Khan, Intezar Panjotha, à Reuters. "Estamos entrando com uma petição contra a decisão no tribunal superior".
O partido de Khan convocou protestos pacíficos contra a decisão, mas as manifestações eram tímidas na noite deste sábado.
O chefe de polícia de Laore, Bilal Siddique Kamiana, confirmou a prisão e disse à Reuters que Khan estava sendo transferido para a capital, Islamabade. Ele seria então mantido na prisão central de Adiala, na vizinha Rawalpindi, de acordo com o mandado de prisão.
O partido político de Khan, Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), disse que entrou com outro recurso na Suprema Corte neste sábado.
Khan, de 70 anos, é uma ex-estrela do críquete que seguiu carreira política, atuando como primeiro-ministro de 2018 a 2022. Ele negou ter cometido irregularidades e, em um discurso pré-gravado em vídeo divulgado por seu partido, pediu aos apoiadores que protestassem pacificamente.
A Ministra da Informação, Marriyum Aurangzeb, disse que a prisão de Khan ocorreu após uma investigação completa e procedimentos legais adequados. Ela afirmou que a detenção não tem relação com as próximas eleições.
Uma cópia do veredicto do tribunal, compartilhada pela equipe jurídica de Khan, diz que ele fez declarações falsas sobre ter adquirido presentes oficiais do Estado.
"Ele foi considerado culpado de práticas corruptas ao ocultar os benefícios que obteve do tesouro nacional de forma deliberada e intencional", diz o veredicto.
A prisão e detenção de Khan por vários dias em maio, em um caso separado, provocou turbulência política e confrontos entre seus partidários e a polícia, levando a mortes.