O Exército da Indonésia encerrou a prática controversa de realizar exames de virgindade em mulheres que se candidatam a cadetes, de acordo com seu chefe de gabinete, uma medida saudada por ativistas que a pleiteiam há tempos.
Os 'exames de dois dedos', nos quais médicos tocam o hímen de recrutas femininas para determinar sua virgindade, eram sistemáticos, abusivos e cruéis, segundo a Human Rights Watch (HRW), entidade sediada na cidade norte-americana de Nova York que realizou investigações sobre a prática entre 2014 e 2015 e retomou os apelos por seu fim em 2017.
Anteriormente, os militares disseram que os exames eram importantes para determinar a moralidade das recrutas. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que eles não têm "nenhuma validade científica" e que a aparência de um hímen não é um indicador confiável de relação sexual.
Andika Perkasa, chefe do Estado Maior do Exército indonésio, disse aos repórteres na terça-feira que tais exames não acontecem mais. "O hímen estar rompido ou parcialmente rompido era parte do exame... agora não há mais isso", disse ele em comentários que foram confirmados por um porta-voz militar.
No mês passado, Andika disse que o processo de seleção do Exército deve ser igual para recrutas femininos e masculinos.
A Marinha realizava exames de gravidez nas candidatas, mas não exames de virgindade específicos, disse seu porta-voz, Julius Widjojono, nesta quarta-feira, acrescentando que "tanto homens quanto mulheres passam pelos mesmos exames".