FBI expressa "sérias preocupações" sobre exatidão de memorando republicano

31 jan 2018 - 21h05

O FBI informou nesta quarta-feira ter "sérias preocupações" sobre a exatidão de um memorando ultrassecreto do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que alegaria viés anti-Trump dentro do Departamento de Justiça, desafiando a promessa do presidente Donald Trump de divulgá-lo.

Trump participa de cerimônia com diretor do FBI Christopher Wray 
 15/12/2017     REUTERS/Jonathan Ernst
Trump participa de cerimônia com diretor do FBI Christopher Wray 15/12/2017 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

A rara repreensão pública da mais alta agência de aplicação da lei norte-americana aconteceu horas após o chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly, dizer esperar que o memorando fosse tornado público "muito rápido".

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"O FBI recebeu uma oportunidade limitada para revisar este memorando no dia anterior ao comitê votar para divulgá-lo", informou o FBI em comunicado. "Como expressado durante nossa revisão inicial, nós temos sérias preocupações sobre omissões materiais de fatos que impactam fundamentalmente a exatidão do memorando."

O FBI se negou a informar se o diretor Christopher Wray aprovou o comunicado. Trump nomeou Wray para comandar o FBI após demitir o então diretor James Comey em maio.

O memorando se tornou um ponto sensível na luta partidária sobre investigações acerca do suposto envolvimento russo na eleição norte-americana de 2016 e possível conluio da campanha de Trump, que a Rússia e Trump negam.

Autoridades do Departamento de Justiça também disseram que divulgar o memorando pode prejudicar informações confidenciais.

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O deputado Devin Nunes, republicano presidente do comitê de inteligência que comissionou o documento, disse em comunicado nesta quarta-feira que as objeções do FBI e do Departamento de Justiça para a divulgação são "ilegítimas".

Embora a secretária de Imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, tenha dito que Trump ainda não leu o documento, o presidente disse a parlamentares após seu discurso de Estado da União ao Congresso na noite de terça-feira que há uma chance de "100 por cento" de o memorando ser divulgado.

Uma autoridade da Casa Branca disse que o memorando de quatro páginas foi entregue à Casa Branca na segunda-feira após o comitê votar para divulgá-lo. Advogados da Casa Branca trabalhavam contra um prazo de sexta-feira para determinar se alguma parte deve ser editada para proteger segurança nacional, disse a autoridade.

Republicanos, que bloquearam um esforço para divulgar uma nota de contraponto dos democratas do painel, dizem que o documento expõe viés anti-Trump no FBI e que o Departamento de Justiça está buscando uma mandado para realizar uma operação de espionagem.

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Democratas dizem que o memorando usa seletivamente materiais altamente confidenciais em um esforço de desacreditar o procurador especial Robert Mueller, que lidera a investigação do Departamento de Justiça sobre a Rússia, e o vice-secretário de Justiça dos EUA, Rod Rosenstein, que contratou Mueller.

Em um artigo publicado nesta quarta-feira no Washington Post, Adam Schiff, democrata sênior do comitê de inteligência, disse que o memorando republicano tem objetivo de preparar o terreno para Trump demitir Mueller ou Rosenstein.

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