Mosab Hasan Yousef, de 45 anos, filho do xeique Hassan Yousef, realiza uma palestra no Clube Hebraica na noite deste sábado, 25, em São Paulo. O pai dele é um dos sete fundadores do Hamas, grupo extremista palestino que controla os limites da Faixa de Gaza. O evento é organizado pela instituição sem fins lucrativos StandwithUs Brasil.
Mosab atuou como combatente do grupo extremista, e após algum tempo, rompeu com a família e com o movimento. Entre 1997 e 2007, foi informante do serviço secreto de Israel, e em 2010, se converteu ao cristianismo. Nessa época, ele pediu asilo político aos Estados Unidos, onde vive atualmente.
Recentemente, ele lançou o livro Filho do Hamas, como ficou conhecido. Na última segunda-feira, 20, ele discursou na Organização das Nações Unidas (ONU), onde responsabilizou o Hamas pela morte de crianças, e afirmou que o grupo paramilitar utilizava os palestinos como escudos humanos.
Sua história
Nascido em Ramallah, na Cisjordânia, ele é o filho mais velho de Hassan Yousef. Ele conta que teve o primeiro contato com o Shin Bet, agência de segurança de Israel, em 1996, quando foi preso. Ele foi libertado no ano seguinte como informante israelense. Nessa época, ele ganhou o apelido de ‘príncipe verde’, e era a fonte mais confiável da agência no alto escalão do Hamas.
A revelação foi um golpe para o Hamas, que, em 2010, teve um de seus comandantes assassinados em Dubai. Após o caso, o grupo extremista afirmou que desconfiava de Musab há alguns anos, e que ele era observado para que não coletasse informações valiosas.
Com o escândalo, seu pai alegou em um comunicado que o filho havia sido “chantageado” pelos agentes israelenses quando foi preso. No entanto, fontes do serviço secreto de Israel afirmaram que Musab ajudou as forças do país porque “queria salvar vidas”, e não em troca de dinheiro.
Mosab recebeu várias ameaças de morte ao romper com o Hamas. Ele diz que quer ser um “modelo para os jovens palestinos”, e que está seguro de que “salvou muitas vidas”.