Financiamento climático de bancos multilaterais sobe a US$125 bi em 2023

20 set 2024 - 08h41

O financiamento climático global dos bancos multilaterais de desenvolvimento cresceu 25% em 2023, atingindo um recorde de 125 bilhões de dólares, de acordo com relatório divulgado nesta sexta-feira, com o crescimento mais rápido vindo dos países mais ricos.

De acordo com o relatório, o financiamento climático para economias de alta renda, uma categoria do Banco Mundial baseada na renda nacional bruta per capita, aumentou 30%, chegando a 50,3 bilhões de dólares. O financiamento climático refere-se ao financiamento de atividades relacionadas à mudança climática e pode incluir doações, empréstimos e receitas de títulos.

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A expansão do financiamento climático dos bancos multilaterais em economias de baixa e média renda foi menor, crescendo 23% e chegando a 74,7 bilhões de dólares.

O relatório inclui dados de 10 instituições, incluindo o Banco Mundial e bancos de desenvolvimento com foco na Ásia, Europa, África, América Latina, Caribe e países dos Brics.

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn, disse que o crescimento do financiamento climático foi significativo, mas enfatizou a necessidade de esforços mais ambiciosos para enfrentar os crescentes desastres climáticos, desde ondas de calor até inundações.

"Esse é um desafio que vai além das linhas políticas, dos países, da geografia e da renda. É uma questão com a qual todos devem lidar", disse ele, antevendo uma mensagem a ser entregue na Assembleia Geral das Nações Unidas e na Semana do Clima em Nova York neste mês.

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Individualmente, os países que mais receberam financiamento climático das instituições no ano passado foram França (7,4 bilhões de dólares), Espanha (7 bilhões de dólares de dólares) e Itália (6,7 bilhões de dólares).

Muitas economias emergentes, que geralmente enfrentam recursos financeiros mais escassos e maior vulnerabilidade a condições climáticas extremas, pediram mais apoio financeiro para mitigar a crise climática, especialmente porque os custos de financiamento da dívida aumentaram.

Grande parte do crescimento dos investimentos voltados para o clima tem sido destinado à energia renovável e à redução de emissões, em vez de adaptação aos impactos da mudança climática, como a elevação do nível do mar e secas, incêndios e tempestades mais intensos.

Dos 125 bilhões de dólares que as instituições direcionaram para o financiamento climático no ano passado, 27,7 bilhões, ou 22% do total, foram destinados à adaptação à mudança climática, uma queda em relação aos 25% de 2022.

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