Davi Lira da Silva, advogado de defesa de Manuela Vitória de Araújo Farias, afirmou que a jovem não tinha conhecimento do conteúdo que transportava nas malas. A brasileira foi detida no Aeroporto Internacional de Bali no dia 1º de janeiro, após ser flagrada com cerca de 3 quilos de cocaína em sua bagagem.
"A Manuela foi usada. Tem um termo que a gente usa para isso, que representa bem o que aconteceu. Chama-se: mula. Os policiais da Indonésia mesmo se referiram a ela como atravessadora. Ela não é narcotraficante. Ela é uma jovem que tem sonhos, esperança", disse Lira em entrevista ao O Globo.
De acordo com o advogado, Manuela foi convencida por uma organização criminosa a fazer a viagem levando as drogas, após a promessa de que passaria um mês de férias em Bali, com uma matrícula numa escola de surfe custeada pela organização.
"Apesar dela desconfiar da ilicitude do fato, ela não sabia o que levava. Ela foi coagida, forçada. Um dos argumentos da organização era o de que já haviam gasto dinheiro com ela, com as passagens, a hospedagem, a matrícula nas aulas de surfe", completou.
Manuela tentava entrar no país quando 5 pacotes da droga foram descobertos ao passar pelo Raio-X. Além disso, os fiscais encontraram 4 comprimidos de Clonazepam em uma bolsa. O remédio, que só pode ser vendido com receita, é comumente comercializado no mercado paralelo.
Legislação rigorosa
A Indonésia é conhecida pela legislação rigorosa com relação a esse tipo de crime. Manuela foi indiciada com base na lei do país sobre entorpecentes e pode ser sentenciada com a pena de morte, prisão perpétua ou prisão por um mínimo de 5 anos.