Um esqueleto fossilizado de 150 milhões de anos atrás foi descoberto nas montanhas no sul do Chile e foi determinado como o ancestral do crocodilo moderno, anunciou o Museu Argentino de Ciências Naturais nesta sexta-feira, 23.
A espécie, batizada de Burkesuchus mallingrandensis, foi descoberta em 2014 em um depósito de fósseis andino perto da cidade de Mallin Grande, na Patagonia, por pesquisadores chilenos e argentinos. Desde então, tem sido analisado pelo Museu Argentino de Ciências Naturais (Macn) em Buenos Aires.
O espécime é um 'avô' dos atuais crocodilos e deve permitir que cientistas entendam como ele evoluiu, acrescentou o museu.
Cientistas acreditam que o fóssil os ajudará a entender como esses répteis passaram de terrestres a aquáticos. Junto com outros fósseis, a descoberta endossa a ideia de que a América do Sul foi o berço da evolução dos crocodilos.
Cerca de 200 milhões de anos atrás, "os crocodilos eram menores, e não viviam na água. Paleontólogos sempre quiseram saber como foi essa transição", disse Federico Agnolin, que descobriu o espécime, à Reuters.
"O que o Burkesuchus mostra é uma série de traços únicos, que nenhum outro crocodilo tem, porque foram os primeiros que começaram a entrar na água, em água doce", completou.
Segundo o Macn, crocodilos apareceram no começo do período jurássico, por volta da época dos primeiros dinossauros. Em alguns milhões de anos, entraram na água, graças à existência de mares quentes e rasos. A América do Sul é conhecida pela riqueza em fósseis de crocodilos marinhos.