O governo da França anunciou nesta quarta-feira (11) que manterá sua polêmica reforma da Previdência, mas apresentará algumas concessões aos manifestantes que deflagaram uma série de protestos que já dura sete dias. Durante discurso no qual revelou a proposta na íntegra, o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, explicou que a nova medida não será aplicada aos cidadãos nascidos antes de 1975. A reforma da Previdência é uma das principais promessas da campanha eleitoral do presidente Emmanuel Macron e contemplará apenas as pessoas que entrarem no mercado de trabalho a partir de 2022. De acordo com o premier, as garantias propostas pelo administração francesa justificam o encerramento da greve nos transportes públicos e dos protestos. "Parece-me que as garantias que demos aos setores mais preocupados da população justificam a retomada do diálogo e que a greve que penaliza milhões de franceses seja interrompida", afirmou. Philippe ressaltou que a reforma é necessária para criar um sistema mais justo que "seja o mesmo para todos". "Sem forçá-los, incentivaremos os franceses a trabalhar mais, o que hoje é uma necessidade", disse, acrescentando que o governo colocará fim aos regimes especiais de forma progressiva, sem brutalidade. No novo modelo, por exemplo, a idade mínima para se aposentar será mantida em 62 anos, com pensão mínima de mil euros mensais.
A proposta substituirá os 42 regimes atuais (regime geral, de funcionários públicos, privados, autônomos e complementares). As mudanças em direção a um sistema universal baseado em pontos, no entanto, provocou indignação entre os sindicatos, que alegam que os franceses serão forçados a trabalhar por mais tempo e é um risco para "precarização" dos aposentados.
Hoje cedo, antes da apresentação do projeto, os sindicatos do país já haviam convocados novos protestos para os próximos dias 12 e 17 de dezembro.