Funcionários de empresas de máquinas de votação dos EUA se preparam para desinformação e protegem dados pessoais

Eles já removeram informações públicas sobre si mesmos da internet e fizeram planos de contingência com as autoridades policiais locais

1 nov 2024 - 11h48
(atualizado às 12h56)
Máquinas de votação embaladas em armazém em Pittsburgh, no Estado norte-americano da Pensilvânia
Máquinas de votação embaladas em armazém em Pittsburgh, no Estado norte-americano da Pensilvânia
Foto: REUTERS/Shannon Stapleton

Funcionários de empresas de máquinas de votação dos Estados Unidos removeram informações públicas sobre si mesmos da internet e fizeram planos de contingência com as autoridades policiais locais antes da eleição de 2024, depois de sofrerem assédio em 2020, de acordo com representantes do setor.

Após a eleição de 2020, que o candidato republicano Donald Trump alegou falsamente ter vencido, alguns funcionários de fornecedores de tecnologia eleitoral relataram que foram vítimas de "doxxing" -- quando informações privadas sobre suas casas, como fotos de suas portas de entrada, foram compartilhadas online, de acordo com Sara Cutter, diretora executiva do Conselho Americano de Tecnologia Eleitoral.

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Os funcionários das empresas que fornecem equipamentos e serviços para máquinas de votação não estão se arriscando desta vez, disse Cutter.

Ela disse que eles estavam conversando com a polícia sobre como se preparar, inclusive no caso de serem vítimas de "swatting" -- quando um falso crime é relatado para induzir uma resposta policial pesada e armada na casa de alguém.

O "nível de ameaça aumentou exponencialmente e não arrefeceu desde 2020", disse Cutter. Sua organização foi criada em 2022 e inclui empresas como a Election Systems & Software e a Smartmatic.

Ela se recusou a comentar sobre quaisquer preparativos legais específicos que estejam sendo feitos pelas empresas, mas disse que algumas tomaram medidas significativas para se planejar para quaisquer ameaças físicas.

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A Smartmatic, a Dominion Voting Systems e outras empresas também estão tentando combater desinformação sobre si mesmas e seus proprietários, desmascarando em seus sites uma variedade de alegações falsas que foram compartilhadas online, incluindo afirmações de que o investidor bilionário George Soros tem uma participação acionária ou que elas têm vínculos com o Partido Comunista Chinês.

A Smartmatic, uma fornecedora de tecnologia de votação, enviou uma carta às organizações de imprensa esta semana na qual solicitava "cooperação vital para evitar a disseminação de desinformação sobre a tecnologia e os serviços que forneceremos".

Cutter disse que as empresas de tecnologia de votação também têm oferecido visitas às suas instalações e entrado em contato com administradores eleitorais e com a mídia para ajudar a conscientizar sobre como elas operam.

Em setembro, o meio de comunicação conservador Newsmax Media chegou a um acordo confidencial com a Smartmatic sobre falsas alegações que publicou de que suas máquinas haviam sido manipuladas para ajudar a roubar a eleição de 2020 de Trump, e a Fox resolveu um processo de difamação da Dominion por 787,5 milhões de dólares no ano passado.

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Nos últimos dias, Elon Musk e a deputada Marjorie Taylor Greene, proeminentes apoiadores de Trump, reavivaram alegações já desmentidas de que os resultados das máquinas de votação da Dominion não são confiáveis.

A Dominion -- cujo equipamento está em uso em distritos que somam mais de 52 milhões de eleitores registrados em 27 Estados -- postou na plataforma de redes sociais X, de Musk, que está "monitorando de perto as alegações sobre a eleição de novembro de 2024" e "continua totalmente preparada para defender nossa empresa e nossos clientes contra mentiras e aqueles que as espalham".

Um porta-voz da campanha de Trump não respondeu a um pedido de comentário nesta quinta-feira.

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