Um garoto de 13 anos iniciou uma ação judicial contra seus pais alegando que foi matriculado em um internato na África do Sul e "abandonado" no local. O menino, cuja identidade é mantida em sigilo, buscou auxílio do Consulado Britânico e de uma organização de bem-estar infantil após os pais o deixarem em uma escola no País e retornarem ao Reino Unido. As informações são do jornal britânico Daily Mail.
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Os advogados do adolescente argumentam que ele foi "abandonado física e emocionalmente" por pais preocupados com uma suposta ligação do filho com gangues em Londres, algo que o menino "nega com a maior veemência". Eles solicitaram ao tribunal que o garoto fosse levado de volta ao Reino Unido, onde vive desde o nascimento.
Por outro lado, os advogados do pai defendem que o jovem permaneça no exterior, argumentando que a decisão de "realocá-lo" foi "um exercício adequado de responsabilidade parental".
Deirdre Fottrell KC, advogada do menino, declarou em audiências que os pais acreditavam que "não há outra maneira de responder a esse risco potencial senão removê-lo do país". Ela descreveu as ações dos pais como um "ato gritante e bastante brutal", afirmando que o adolescente foi levado "sem consulta ou aviso", com poucos pertences, sob o pretexto de visitar um parente doente.
A advogada também destacou que o garoto enfrenta "alimentação e educação inadequadas" no internato, onde se sente "extremamente infeliz". Segundo Fottrell, o jovem relatou estar sendo "maltratado", além de sofrer provocações de amigos ingleses que zombam de sua "deportação".
A advogada ressaltou que o garoto é "muito educado e articulado" e um entusiasta de futebol e culinária, mas que a situação na África tem causado "danos emocionais, psicológicos e possivelmente físicos".
Perspectiva dos pais
Rebecca Foulkes, representante do pai, disse que assistentes sociais no Reino Unido haviam reportado dificuldades no controle do comportamento do menino. Antes de ser enviado ao exterior, ele frequentemente chegava atrasado à escola, ficava fora até tarde e exibia "roupas caras e celulares".
A escola do adolescente também teria expressado preocupações sobre sua "vulnerabilidade social e suscetibilidade ao aliciamento", além de suspeitar de envolvimento em atividades criminosas, com registros de fotos de facas em seu celular, segundo a advogada afirma.
Foulkes justificou a decisão dos pais alegando que "cuidados e educação de alta qualidade em um ambiente delimitado" estavam disponíveis na África, onde os riscos enfrentados no Reino Unido não estão presentes. Ela acrescentou: "(Ele) tem um grande potencial que provavelmente será desperdiçado se ele retornar ao Reino Unido."
O Juiz Hayden observou que o adolescente enfrentava medidas "restritivas" enquanto estava no Reino Unido, como rastreamento por telefone celular. No entanto, ainda não há uma decisão final. A audiência deverá ser retomada em uma data futura.