Gaza: os estudantes africanos sequestrados pelo Hamas

Dois estudantes da Tanzânia feitos reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza foram identificados pelo governo de Israel.

30 out 2023 - 15h57
Joshua Loitu Mollel e Clemence Felix Mtenga estão entre cerca de 260 estudantes tanzanianos que vivem em Israel
Joshua Loitu Mollel e Clemence Felix Mtenga estão entre cerca de 260 estudantes tanzanianos que vivem em Israel
Foto: MASHAV ISRAEL / BBC News Brasil

Dois estudantes da Tanzânia feitos reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza foram identificados pelo governo de Israel.

Joshua Loitu Mollel e Clemence Felix Mtenga estavam em Israel como parte de um programa de estágio em agricultura, segundo uma publicação do Ministério das Relações Exteriores de Israel no X (antigo Twitter).

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"Eles foram sequestrados por terroristas do Hamas e estão mantidos como reféns em Gaza", afirma o comunicado.

O pai de Mollel disse à BBC que espera que seu filho mais velho retorne em segurança.

Ele disse que o embaixador da Tanzânia em Israel garantiu que os dois governos estão trabalhando juntos para sua libertação.

No entanto, as autoridades da Tanzânia não comentaram publicamente o sequestro de seus cidadãos.

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Antes de ser confirmado que seu filho, de 21 anos, havia sido feito refém, Mollel disse à BBC que não conseguia comer nem dormir porque estava desesperado para saber o que havia acontecido com ele.

"Quando vou ao mercado, as pessoas me perguntam por que estou perdendo tanto peso", disse ele, em entrevista na semana passada.

A última vez que Mollel falou com o seu filho foi na quinta-feira, 5 de outubro - dois dias antes de os homens armados do Hamas atacarem o Kibutz Nahal Oz, onde ele estudava.

As últimas palavras que Mollel disse ao filho foram: "Comporte-se da melhor maneira possível porque você está em um lugar novo e aproveite ao máximo o estágio que você está fazendo lá".

A família de Mtenga ainda não falou publicamente sobre o sequestro.

Os dois jovens estavam entre os 260 estudantes tanzanianos em Israel.

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Em 7 de outubro, 1,4 mil pessoas foram assassinadas por membros do Hamas. Países como Reino Unido, Estados Unidos e outras potências ocidentais classificam o grupo islâmico como uma "organização terrorista."

Mais de 230 reféns foram levados para a Faixa de Gaza, que está sob controle do Hamas.

Israel diz que os reféns são oriundos de 25 países, incluindo um sul-africano que ainda não foi identificado.

As autoridades da África do Sul não comentaram o caso.

O Hamas afirma ter escondido os reféns em "locais e túneis seguros" dentro de Gaza.

Desde então, quatro dos reféns foram libertados, incluindo Yocheved Lifschitz, uma mulher de 85 anos que foi raptada juntamente com o seu marido Oded em um kibutz.

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Durante sua soltura, ela apertou a mão de seu sequestrador do Hamas. Ela disse que foi espancada com paus enquanto era levada para Gaza, mas que também fora bem tratada pelo grupo.

Desde o ataque, Israel retaliou com ataques aéreos que mataram mais de 8 mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, dirigido pelo Hamas.

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