General Joseph Aoun é eleito novo presidente do Líbano

Cargo estava vago desde outubro de 2022

9 jan 2025 - 11h10
(atualizado às 11h50)

O general Joseph Aoun, comandante do Exército do Líbano, foi eleito nesta quinta-feira (9) pelo Parlamento como novo presidente da República, cargo que estava vago havia mais de dois anos e que deve sempre ser ocupado por um cristão maronita.

    Aoun, que completa 61 anos nesta sexta (10), recebeu 99 votos de um total de 128 no segundo turno, quando eram necessários apenas 65. Na primeira votação, que exigia maioria qualificada de dois terços (86), o militar teve o apoio de 71 deputados, enquanto os 30 parlamentares do Hezbollah e do Movimento Amal votaram em branco.

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    Mas uma reunião entre representantes dos dois partidos xiitas e o comandante do Exército mudou a situação, garantindo a Aoun a maioria necessária.

    A Constituição libanesa, em teoria, impede que o militar seja presidente porque ele precisaria ter deixado o cargo no Exército pelo menos dois anos antes da eleição, mas esse artigo foi ignorado diversas vezes na história recente do país, com consenso das elites políticas.

    Desde a saída de Michel Aoun (os dois não têm parentesco), em outubro de 2022, o Parlamento do Líbano realizou outras 12 tentativas de eleger um novo presidente da República, todas entre o fim de 2022 e o início de 2023, sem conseguir chegar a um acordo.

    Chefe das Forças Armadas desde março de 2017, Joseph Aoun conta com apoio de forças ocidentais e dos países árabes do Golfo Pérsico hostis ao Irã, principal financiador do Hezbollah.

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    "Parabéns ao general Joseph Aoun, eleito chefe de Estado do Líbano. Um amigo da Itália, ele será um líder respeitável para um país importante e crucial, além de uma figura de paz no Oriente Médio", disse o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani.

    Aoun prometeu iniciar "rapidamente" as consultas para a formação de um novo governo e terá o desafio de guiar uma nação afetada por uma perene crise econômica e social, bem como lidar com os efeitos da recente guerra entre Israel e Hezbollah, paralisada por um cessar-fogo de 60 dias desde o fim de novembro.

    "Felicito o Líbano pela eleição do novo presidente após uma longa crise política. Espero que essa escolha contribua para a estabilidade e para um futuro melhor para o país", afirmou o ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Sa'ar.

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