A Corte Suprema de Gibraltar, enclave britânico na Espanha, aprovou a liberação do navio superpetroleiro iraniano Grace 1, retido no último dia 4 de julho pela Marinha do Reino Unido sob a acusação de violar sanções internacionais ao tentar levar petróleo para uma refinaria na Síria.
A medida foi tomada nesta quinta-feira (15) apesar da pressão exercida pelos Estados Unidos para que a embarcação continuasse apreendida. Segundo a rede CNN, o advogado Charles Gomez, que esteve presente na audiência, disse que a ordem de sequestro foi revogada porque as autoridades locais estabeleceram que o navio não está mais sujeito às restrições impostas pelas sanções europeias e, portanto, pode ser libertado.
As restrições, entretanto, são aplicadas apenas a membros do bloco europeu, não sendo extensivas a Teerã. A liberação foi autorizada depois que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou pedidos às autoridades judiciárias de Gibraltar para o Grace 1 não ser liberado, com base em uma "série de alegações". Os detalhes sobre as justificativas da solicitação do governo de Donald Trump não foram revelados. A retenção do superpetroleiro iraniano provocou a deterioração nas relações entre os Estados Unidos e o Irã e também entre o Reino Unido e o governo iraniano, principalmente porque o Irã já apreendeu navios britânicos depois da ação. No último dia 19 de julho, a Guarda Revolucionária iraniana bloqueou o petroleiro de bandeira britânica Stena Impero no Estreito de Ormuz. Na ocasião, o cargueiro, pertencente à empresa Stena Bulk, foi acusado de "desrespeitar leis internacionais sobre a navegação" e foi "conduzido à costa para investigações".