Rudy Giuliani, o ex-prefeito de Nova York que atuou como advogado pessoal de Donald Trump, concordou em parar de difamar duas funcionárias eleitorais da Geórgia que ele acusou falsamente de ajudar a roubar a eleição de 2020 para Joe Biden como parte de um acordo legal nesta quinta-feira.
Em uma declaração lida por seu advogado, Giuliani disse que o acordo permite que ele mantenha seu condomínio em Palm Beach, Flórida, bem como seu apartamento no Upper East Side de Manhattan. Os termos adicionais do acordo não estavam disponíveis imediatamente.
"Eu e as autoras da ação concordamos em nunca mais falar um do outro de forma difamatória, e peço que outros façam o mesmo", disse Giuliani na declaração lida por seu advogado Joseph Cammarata aos repórteres do lado de fora do tribunal federal em Manhattan.
As funcionárias eleitorais Ruby Freeman e sua filha Wandrea Moss disseram que também foram indenizadas como parte do acordo, embora não tenham especificado o valor.
"Agora podemos seguir em frente com nossas vidas", disseram elas em um comunicado. "Concordamos em permitir que o sr. Giuliani mantenha sua propriedade em troca de uma indenização e de sua promessa de nunca mais nos difamar."
O acordo significa que Giuliani não enfrentará mais um julgamento civil sem júri, que deveria ter começado nesta quinta-feira perante o juiz distrital dos EUA Lewis Liman, sobre se ele deveria entregar seus bens imóveis a Freeman e Moss.
Liman deveria decidir se Freeman e Moss poderiam confiscar o condomínio de Giuliani em Palm Beach e seus três anéis de beisebol da World Series do New York Yankees.
Esses bens teriam ajudado a pagar uma sentença de 148 milhões de dólares que os funcionárias eleitorais ganharam depois que um juiz decidiu que Giuliani as difamou.
Foi considerado que o ex-prefeito cometeu desacato ao tribunal por duas vezes devido ao tratamento dado por ele às funcionárias.
Ele já entregou outros ativos, como uma Mercedes-Benz ano 1980, para ajudar a pagar a indenização.
Giuliani argumentou que deveria manter o condomínio por ser sua residência permanente, e que não poderia abrir mão dos anéis, que teria dado de presente ao seu filho, Andrew.
O julgamento seria realizado no mesmo distrito onde Giuliani serviu como principal procurador federal entre 1983 e 1989. Uma vez aclamado pela sua resposta aos ataques de 11 de setembro de 2001, ele viu sua reputação ruir.
Giuliani se declarou inocente das acusações criminais em dois Estados, por ter tentado reverter a vitória de Biden sobre Trump em 2020.
Em 6 de janeiro, Liman considerou que Giuliani desacatou o tribunal por não cumprir ordens judiciais e obstruir esforços de Freeman e Moss para determinar sua residência principal. Quatro dias depois, a juíza distrital Beryl Howell em Washington o considerou em desacato novamente por continuar a difamar as duas mulheres.
Em processo impetrado em 2021, Freeman e Moss acusaram Giuliani de prejudicar suas reputações, alegando falsamente que câmeras de segurança as flagraram escondendo e contando malas cheias de cédulas de votação em uma arena de Atlanta, onde os votos foram processados.