Governo Biden impõe novas sanções contra dirigentes cubanos

Medida mira funcionários de alto escalão do regime

20 ago 2021 - 10h04
(atualizado às 10h10)

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (19) novas sanções contra dirigentes cubanos em função da repressão aos protestos contra o regime na ilha.

Protesto em Miami, nos EUA, contra o regime cubano
Protesto em Miami, nos EUA, contra o regime cubano
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A medida mira dois funcionários de alto escalão do Ministério da Defesa (Roberto Legrá Sotolongo e Andrés Laureano Gonzáles Brito) e outro do Ministério do Interior (Abelardo Jiménez González).

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"O Departamento do Tesouro vai continuar responsabilizando aqueles que permitiram que o governo de Cuba perpetuasse abusos dos direitos humanos", diz em uma nota a diretora do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, Andrea Gacki.

Essa já é a quarta rodada de sanções contra o regime cubano desde 11 julho, quando uma onda de indignação popular tomou as ruas do país caribenho para protestar contra o governo do presidente Díaz-Canel, sucessor dos irmãos Castro.

Os EUA já haviam aplicado sanções inclusive contra o ministro da Defesa de Cuba, Alvaro López Miera, e contra a polícia do país latino. Legrá é chefe de Operações das Forças Armadas Revolucionárias; González comanda o Exército Central; e Jimenez dirige as penitenciárias cubanas.

"As forças de segurança cubanas prenderam mais de 800 pessoas em resposta aos protestos, com muitas delas sendo mantidas em 'prisão preventiva', e os paradeiros de muitas ainda são desconhecidos. Uma vez na cadeia, muitos são processados pelas autoridades cubanas em julgamentos sumários", diz o Departamento do Tesouro dos EUA.

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As sanções impedem que os afetados tenham ativos sob jurisdição americana ou façam transações financeiras por meio do sistema bancário dos EUA - no poder desde janeiro, o presidente Joe Biden tem adotado uma linha dura contra o regime cubano, assim como já havia feito seu antecessor, Donald Trump.

Os protestos em Cuba eclodiram em meio a uma crise econômica e sanitária agravada pela pandemia do novo coronavírus, com filas para obter comida, escassez de medicamentos e recorrentes cortes de energia.

Além disso, as manifestações também abarcaram a insatisfação com a falta de liberdade no país, que é governado por um regime comunista de partido único desde o fim da década de 1950.

O presidente Díaz-Canel, por sua vez, disse que os protestos foram "ações orquestradas por contrarrevolucionários financiados pelos Estados Unidos", cujo embargo econômico o governo cubano culpa pela crise na ilha.

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