Após semanas de polêmicas dentro da base aliada, o governo da Itália recuou e decidiu adiar a entrada em vigor dos novos impostos sobre embalagens de plástico não reutilizável e bebidas com alto teor de açúcar, como refrigerantes.
As duas taxas estavam previstas no projeto de Lei Orçamentária para 2020 apresentado pelo governo ao Parlamento, mas enfrentavam a resistência do partido de centro Itália Viva (IV), do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, que ameaçava bloquear o texto.
"Trabalhamos ontem e hoje para definir os últimos detalhes do orçamento. Temos um quadro completo que, mantendo as prerrogativas do Parlamento, marca um compromisso na maioria", disse o premier Giuseppe Conte, durante coletiva de imprensa em Roma, nesta sexta-feira (6).
Segundo o chefe de governo, a "taxa do plástico" entrará em vigor apenas em 1º de julho, e não mais em abril, e terá sua alíquota reduzida. "As empresas terão todo o tempo para adotar suas estratégias", declarou.
Já o imposto do açúcar teve o valor mantido, "para que se mude alguns hábitos de vida", de acordo com Conte, porém passará a ser cobrado somente em 1º de outubro. "Assim, as companhias poderão reformular suas linhas produtivas", explicou.
A taxa contra bebidas açucaradas prevista na Lei Orçamentária é de 10 euros para cada 100 litros de produto finalizado e de 25 centavos por quilo de produtos pré-prontos.
Já o imposto do plástico era de um euro por quilo da embalagem e focava apenas em itens "monouso", com exceção de seringas. A nova alíquota, segundo fontes do governo, será de 50 centavos por quilo.
"Taxas do plástico e do açúcar adiadas. Em 2020 conseguiremos cancelá-las", prometeu Renzi, de cujo apoio Conte depende para continuar no poder, embora o Itália Viva seja minoritário na base aliada. As duas maiores legendas do governo são o populista Movimento 5 Estrelas (M5S) e o centro-esquerdista Partido Democrático (PD), que defendem esses impostos.