O presidente do Chile, Gabriel Boric, pediu na última segunda-feira (6) à ministra do Patrimônio Nacional, Marcela Sandoval, que renunciasse ao cargo devido ao fracasso na tentativa de compra da residência familiar do ex-mandatário Salvador Allende (1970-1973), que tem como uma das proprietárias a atual ministra da Defesa, Maya Fernández Allende, neta do antigo chefe de Estado.
O caso, cuja oferta de aquisição envolveu US$ 915 mil (R$ 5,5 milhões), segundo a EFE, tornou-se um escândalo e provocou uma enxurrada de críticas ao governo por parte de todos os partidos.
A oposição lembrou que a Constituição do país impede que Fernández realize contratos com o Estado enquanto for ministra.
De acordo com um comunicado emitido pelo ministério do Patrimônio Nacional, a ideia de transformar o imóvel em um museu não se concretizou no momento devido à "atual estrutura de copropriedade" da casa, que, além de Fernández, tem mais outros três familiares de Allende como donos, incluindo a atual senadora María Isabel Allende Bussi.
"Quero deixar claro que ninguém pretende fazer qualquer tipo de negócio nem enriquecer à custa do Estado. Eu nunca permitiria isso", assegurou Boric. .