O governo da França derrotou com folga nesta terça-feira duas moções de censura apresentadas por parlamentares da oposição por causa da maneira como Paris lidou com um escândalo envolvendo o guarda-costas de Emmanuel Macron, confirmando a maioria sólida do presidente.
A moção apoiada pelo partido de oposição conservador obteve 143 votos, muito menos do que os 289 necessários para depor o governo.
Uma segunda votação da moção dos opositores de esquerda reuniu apenas 74 votos, encerrando uma quinzena turbulenta na política francesa provocada por um vídeo que mostrou o guarda-costas espancando manifestantes e desencadeou a crise mais séria do mandato de Macron.
O partido de Macron, A República em Marcha, tem maioria absoluta na câmara baixa da Assembleia Nacional.
Apesar da vitória parlamentar, o que ficou conhecido como o "Caso Benalla", assim batizado por causa do guarda-costas Alexandre Benalla, impactou a Presidência Macron, afetando sua popularidade e prejudicando o cronograma de partes de sua agenda.
O presidente de 40 anos foi criticado por demitir o funcionário só depois que o vídeo que o mostra agredindo um manifestante durante o feriado de Primeiro de Maio usando equipamento da polícia foi revelado pela imprensa, minando sua afirmação de que está construindo uma "república exemplar".
Além de forçar o governo a adiar uma reforma constitucional, o caso afetou Macron nas pesquisas - atualmente sua popularidade mal chega a 36 por cento, segundo uma sondagem recente. Ele também estimulou uma oposição fragmentada que vinha definhando desde a grande vitória de Macron no ano passado.